ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 14-12-2009.

 

Aos quatorze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 054/09 (Processo nº 5949/09); pelo vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do Legislativo nº 248/09 (Processo nº 5667/09). Também, foram apregoados os Ofícios nos 902 e 958/09, do senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/07 e o Projeto de Lei do Executivo nº 050/09 (Processos nos 9139/07 e 5944/09, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 013/09, do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 929/09, do senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Décima Sexta e da Décima Sétima Sessões Solenes. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Maria Letícia de Oliveira Garcia, Coordenadora do Conselho Municipal de Saúde, que discorreu sobre questões atinentes à saúde no Município de Porto Alegre. Na ocasião, a Senhora Maria Letícia de Oliveira Garcia procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de documentos e CD com informações e legislação sobre o tema da saúde, tendo o senhor Presidente determinado que fosse produzida cópias desse CD para ser posteriormente distribuída aos senhores vereadores interessados. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Pedro Ruas, Engenheiro Comassetto, Luiz Braz, Dr. Raul e Paulinho Ruben Berta manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum. Após, o senhor Presidente registrou o recebimento de chapa de consenso encaminhada pelo Colégio de Líderes com nominata para a composição da Mesa Diretora desta Casa para o ano de dois mil e dez. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, os vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro, Bernardino Vendruscolo, Tarciso Flecha Negra e João Carlos Nedel foram eleitos, respectivamente, Presidente, 1º Vice-Presidente, 1º, 2º e 3º Secretários da Câmara Municipal de Porto Alegre, por trinta votos SIM, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se a ORDEM DO DIA. Em continuidade, o vereador Pedro Ruas formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na priorização para a Ordem do Dia da presente Sessão, o que, após manifestação a respeito dos vereadores Pedro Ruas, Maria Celeste, Mauro Zacher, Nilo Santos, Haroldo de Souza, Toni Proença, Luiz Braz, Waldir Canal e João Antonio Dib, foi deferido pelo senhor Presidente. Após, foi apregoada a Emenda nº 17, de autoria dos vereadores Luiz Braz, Líder da Bancada do PSDB, e Bernardino Vendruscolo, Vice-Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09, e foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, solicitando que a referida Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09: de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, com relação às Emendas nos 14 e 17; e de autoria do vereador Sebastião Melo, com relação à Emenda nº 16. Também, o vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09, tendo-se manifestado a respeito o vereador Bernardino Vendruscolo e a vereadora Maria Celeste. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09 e as Emendas apostas, após serem discutidos pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, Maria Celeste, Mauro Zacher, Sofia Cavedon, Luiz Braz, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, Nilo Santos e Paulinho Ruben Berta. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09 e das Emendas apostas, os Vereadores João Antonio Dib e Luciano Marcantônio cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos vereadores Bernardino Vendruscolo e Engenheiro Comassetto. Na ocasião, o senhor Presidente prestou informações sobre as atividades deste Legislativo durante o dia de amanhã. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 14, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09, considerando-se prejudicada a Subemenda nº 01 aposta, por sete votos SIM e vinte e três votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Airto Ferronato, João Antonio Dib e Luciano Marcantônio, em votação nominal solicitada por vários vereadores, tendo votado Sim os vereadores Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago Duarte, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 16 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09, por sete votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Nilo Santos, Maria Celeste, Sebastião Melo e Maria Celeste, em votação nominal solicitada pelo vereador Toni Proença, tendo votado Sim os vereadores Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, Elias Vidal, João Antonio Dib, Luiz Braz, Mario Manfro e Sebastião Melo e Não os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Maria Celeste, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Durante a apreciação da Emenda nº 16, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09, o vereador Sebastião Melo afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Na oportunidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador Reginaldo Pujol, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do processo de votação da Emenda nº 16, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 17, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09, por um voto SIM, vinte e três votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelo vereador Bernardino Vendruscolo, em votação nominal solicitada pelo vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim o vereador Bernardino Vendruscolo, votado Não os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Raul, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores João Antonio Dib, João Pancinha e Sebastião Melo. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13 e 15, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09. Na oportunidade, o vereador Nilo Santos manifestou-se acerca dos trabalhos da presente Sessão. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Ervino Besson, solicitando alteração na priorização para a Ordem do Dia da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados a Emenda nº 01 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 074/09, e o Projeto original. Em prosseguimento, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 328/05 (Processo nº 7180/05): nos 02 e 07, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto e da vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT; nos 03 e 04, de autoria dos vereadores Engenheiro Comassetto e Pedro Ruas, Líder da Bancada do PSOL; nos 05 e 06, de autoria dos vereadores Engenheiro Comassetto e Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT; e nº 08, de autoria dos vereadores Engenheiro Comassetto e Airto Ferronato, Líder da Bancada do PSB. Também, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, solicitando que as Emendas nos 02, 03, 04, 05, 06, 07 e 08, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo 328/05, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Após, o vereador Engenheiro Comassetto manifestou-se acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Às dezesseis horas e cinquenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e dezessete minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 135/09, de autoria do Vereador Beto Moesch, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de amanhã, no Seminário Saúde do Trabalhador e Trabalhadora, no Município de Três Cachoeiras – RS. Ainda, foi apregoado o Substitutivo nº 01, de autoria dos vereadores Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, e Nelcir Tessaro, ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/09 (Processo nº 3544/09). Ainda, foram apregoados a Emenda nº 19, de autoria dos vereadores Airto Ferronato, Líder da Bancada do PSB, Aldacir José Oliboni, Dr. Thiago Duarte e Toni Proença, ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08 (Processo nº 2086/08), e Requerimento de autoria do vereador Dr. Thiago Duarte, deferido pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a referida Emenda. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Adeli Sell, solicitando alteração na ordem de apreciação das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 328/05. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei do Legislativo nº 328/05 e as Emendas apostas, após serem discutidos pelos vereadores Engenheiro Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Ervino Besson e Airto Ferronato. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 328/05 e da Emenda aposta, os Vereadores Luciano Marcantônio e Nilo Santos cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos vereadores Beto Moesch e Ervino Besson. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07 e 08, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 328/05. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 328/05. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria da vereadora Sofia Cavedon, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/08 (Processo nº 6283/08). Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 001/09. Às dezenove horas, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Maria Letícia de Oliveira Garcia, representando o Conselho Municipal de Saúde, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à Saúde no Município de Porto Alegre.

 

A SRA. MARIA LETÍCIA DE OLIVEIRA GARCIA: Boa-tarde a todas as Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ao Presidente da Casa, em nome do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, eu gostaria de saudar os senhores e senhoras Vereadores e todas as pessoas aqui presentes. A Saúde é uma preocupação da Cidade e desta Casa há bastante tempo. Em 2004, inclusive, houve proposta de abertura de uma CPI, em razão da venda de fichas em filas de espera de anos por consultas especializadas. Hoje, este quadro volta a se repetir: o Conselho Municipal de Saúde tem recebido denúncias diárias de vendas de fichas, e a espera por consultas em algumas especialidades é de até dois anos, por exemplo, na cirurgia vascular, na otorrinolaringologia, na ortopedia. Por estas razões, certamente, a Saúde foi a principal demanda da população de Porto Alegre e foi o carro-chefe - todos devem estar lembrados - das duas últimas campanhas eleitorais de 2004 e 2008.

Costuma-se atribuir a crise da Saúde à falta de recursos financeiros, no entanto, em Porto Alegre sobram recursos parados na conta do Fundo Municipal de Saúde. Este é o principal motivo da nossa vinda aqui hoje: chamar a atenção e a responsabilidade desta Casa Legislativa, de seu papel fiscalizador.

Desde 2006, ano a ano, acumulam-se recursos subutilizados no Fundo Municipal de Saúde, rendendo juros que, no segundo trimestre de 2009, totalizaram um milhão e 700 mil reais, tendo restado um saldo final de 61 milhões. Eu vou repetir, caso os Vereadores não tenham prestando atenção nos números, porque me parece que é papel desta Casa fiscalizar o Executivo no cumprimento dos recursos. Então, nós temos na Saúde, em Porto Alegre, um milhão e 700 mil reais, tendo restado um saldo final de 61 milhões; este é o valor!

Além disso, existem recursos para a construção e reforma de postos de saúde, através de convênios com o Fundo Nacional de Saúde, no valor de 14 milhões, que aguardam, alguns desde 2004, como é o caso do HPS, de que os senhores permanentemente têm recebido denúncias. Com relação ao pronto atendimento da Cruzeiro e o posto de saúde da São José, estes também aguardam documentos para a liberação de recurso, para que possam ser efetuadas as reformas e, muitas vezes, a obra total. Inclusive, é importante que as senhoras e os senhores saibam, e esta informação está disponível na Internet para a consulta de todos, que Porto Alegre, dentre todas as capitais brasileiras, é a que recebe o maior valor per capita dos recursos federais para a Saúde.

A Prefeitura de Porto Alegre sempre cumpriu com o percentual constitucional de 15% da sua receita para a Saúde, sendo que, a partir de 2004, passou a investir 19%. No entanto, em 2008, embora a arrecadação de impostos tenha crescido, o percentual investido baixou para 17%, deixando de serem investidos - conta feita por nós - 27 milhões, que dariam para atender a muitas das demandas definidas, por exemplo, no Orçamento Participativo.

Por este motivo, o Conselho Municipal de Saúde encaminhou a esta Casa proposta de Emenda ao Orçamento de 2010, para retornar aos 19%. De acordo com a legislação vigente, a Lei nº 8.080/90, que é a Lei Orgânica da Saúde; a Lei nº 8.142/90, que é a que dispõe sobre a participação da comunidade no Sistema Único de Saúde; a 8.689/93, que dispõe sobre os Relatórios de Gestão; o Decreto Federal nº 1.651/95 e a Lei Complementar nº 101/2000, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal, é dever do Gestor Municipal de Saúde prestar contas, trimestralmente, através do Relatório de Gestão, ao Conselho e à Câmara de Vereadores, em Audiência Pública, e, ao que nos consta, isso não tem ocorrido. Esta situação já foi levada por nós, através de representação, ao Tribunal de Contas da União, que, por unanimidade, acordou responsabilizar o Município, o Estado e a União.

Portanto, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Saúde da população de Porto Alegre exige de V. Exas uma ação enérgica. Este é o nosso pedido!

Nós trouxemos aqui a cópia de toda essa legislação a que eu me referi, e vou passar às mãos do Presidente da Casa. Há um CD que eu gostaria de pedir que ele distribuísse aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras, e há, também, a cópia dos Acórdãos do Tribunal de Contas da União, relativa à Prestação de Contas - que eu referi aqui - e aos Relatórios de Gestão da Secretaria Municipal da Saúde, e a outra cópia relativa à participação do Instituto Sollus no Município de Porto Alegre, em que também nós tivemos Acórdão do Tribunal de Contas, acolhendo a nossa representação, também, por unanimidade.

Gostaria de agradecer, em nome do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, sempre lembrando que o Conselho é órgão permanente e deliberativo do Sistema Único de Saúde na nossa Cidade, e estamos certos de que o Conselho Municipal contará com a presteza dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(Procede-se à entrega dos documentos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Queremos agradecer à Maria Letícia. De imediato, peço que seja fornecida a produção de um CD para cada Vereador, e os documentos ficarão à disposição da Diretoria Legislativa, para os Vereadores que quiserem acessá-los. Então, peço que seja aberto um processo. Os Vereadores que quiserem, podem pedir o CD ao setor de Comunicações.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quero cumprimentar a nossa visitante, Maria Letícia, e dizer que o relato é preocupante. Esse material que a senhora nos traz, com certeza será examinado pelo conjunto dos Vereadores, mas já quero adiantar que, da minha parte e da Verª Fernanda Melchionna, da Bancada do PSOL, daremos a maior atenção. Temos como diretriz a prerrogativa e a obrigação de fiscalizar. Os dados são alarmantes; temos outras informações, também muito preocupantes em relação à Saúde. Quero cumprimentá-la por ter trazido esses elementos, e garantir, em nome do PSOL, que a nossa parte na fiscalização e na apuração das denúncias será realizada. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, prezada Maria Letícia, Coordenadora do Conselho Municipal da Saúde, em nome de nossa Bancada - Ver. Adeli Sell, Ver. Carlos Todeschini, Verª Maria Celeste, Verª Sofia Cavedon, Ver. Mauro Pinheiro e Ver. Aldacir Oliboni -, queremos dizer que temos acompanhado, nesta gestão e na gestão passada, todo o desenvolvimento dos temas relacionados à Saúde no Município de Porto Alegre, e acompanhado o trabalho que o Conselho e as entidades têm feito, e a falta de diálogo que têm encontrado no Executivo Municipal para debater, analisar e propor os projetos da Saúde pública no Município de Porto Alegre. Também temos acompanhado a não aprovação das contas por um conjunto de questionamentos, diria, no mínimo isso, que a sociedade tem e não encontra resposta no Município. Infelizmente, Porto Alegre está perdendo recursos e perdendo a potencialidade que a política federal tem produzido. Aqui, nesta Casa, quando foi para contratar o Instituto Sollus, o Conselho e um conjunto de Vereadores alertaram para as possíveis irregularidades; e aí estão! Portanto, conte com a nossa Bancada para apurar tintim por tintim o que faz falta à Saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu quero primeiramente cumprimentar o Conselho Municipal de Saúde, que está cumprindo exatamente com a sua função. Só tem um dado com o qual eu não concordo, quando se fala dos repasses: eles foram diminuídos quando da troca de gestão das Administrações do PT para as outras Administrações, porque boa parte dos recursos que vinham para a Prefeitura Municipal foi desviada para compor o Orçamento do Hospital Conceição. Com toda a certeza, aqueles recursos que permaneceram aqui no Município precisam ser muito bem fiscalizados. Mas, se o Município está cumprindo com os 15%, o que é constitucional e também é orgânico, os 18% é quando existe Orçamento a mais. O que não pode acontecer - e o que nós temos que fiscalizar, cabe a nós cobrar - é quando existem investimentos menores do que 15%, porque aí nós estaríamos ferindo a Constituição e a Lei Orgânica. No mais, é que, de repente, falta para uma área ou para outra, e, nesse caso, não se pode cobrar da Administração, ainda mais que parte dos recursos foram colocadas no Hospital Conceição, e não aqui.

Mas eu quero cumprimentar o Conselho, porque o Conselho realmente cumpre com as suas funções. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; eu gostaria de deixar a saudação da Bancada do PMDB, integrada pelos Vers. Haroldo de Souza, Bernardino Vendruscolo, Valter, Sebastião Melo e Ver. João Pancinha. Saudamos a Maria Letícia, que coordena o nosso Conselho neste período. Sabemos da força deliberativa, da luta do Conselho. Não é à toa que tivemos uma participação lá, eu diria que talvez de mais de 10 anos, quase que desde a sua fundação, sempre tentando nos envolver e ajudar nas questões da cidade de Porto Alegre, desde a instalação do SAMU e em tantas outras situações em que estivemos presente no Conselho. Queremos realmente reforçar o poder do Conselho. Achamos importante que o Conselho se manifeste, que delibere, que manifeste a sua indignação em todos os níveis, e que até venha, como todo cidadão, a esta Casa, colocar as questões com clareza, para que os Vereadores possam analisar de uma maneira tranquila, fria, sem partidarizar a matéria. Esses dados trazidos, com certeza, também vão ser analisados por nós, e o que tiver que ser feito em cima deles também vamos tentar ajustar, propor, melhorar, enfim, a situação da Saúde pública. Fizemos um SUS integral, universal, gratuito, e não conseguimos, até hoje, dar aquela qualidade que todos nós gostaríamos, embora estejamos lutando permanentemente para isso; independente das nossas cores gremistas, coloradas ou outras, todos buscamos o mesmo final, que é uma Saúde pública melhor para todos, e esperamos também estar contribuindo para isso. O Conselho também, através da sua multidisciplinariedade, muito faz, e há muitos anos, pela Saúde de Porto Alegre, procurando colocar no rumo certo a nossa Saúde e o bem-estar coletivo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: A Bancada do PPS, dos Vers. Elias Vidal, Toni Proença e deste Vereador, a felicita pelo trabalho de Coordenadora do Conselho da Saúde, embora lamentemos que Porto Alegre ainda continue com esta grande demanda de PSFs em várias regiões e vilas da Cidade. Somos parceiros, elogiamos o seu trabalho na busca de melhor Saúde para Porto Alegre. Esta Bancada se coloca à sua disposição para trabalhar em conjunto na busca de soluções. Parabéns pelo seu trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço às Bancadas pelas manifestações.

Quero dizer à nossa queridíssima Maria Letícia que este tema tem sido muito recorrente aqui na Casa. Na presidência muito temos tratado deste tema, assim como na Comissão de Saúde. A senhora pode ter certeza que vai receber uma atenção especialíssima o seu assunto trazido à Tribuna Popular. Quero agradecer pela sua presença e dizer que a senhora é muito bem-vinda para tratar de um tema tão caro para o Brasil, para o Rio Grande e para a cidade de Porto Alegre.

Suspendo a Sessão por um minuto, e convido os Vereadores para, neste intervalo, combinarmos o andamento dos trabalhos da Sessão de hoje. Muito obrigado.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h30min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Senhoras e senhores, passamos agora a ler a nominata que recebemos das Lideranças partidárias, que é a chapa de consenso para a eleição da Mesa para o ano de 2010. (Lê.): “Os Vereadores signatários vêm, nos termos regimentais, apresentar a seguinte chapa para a eleição deste Legislativo: Presidente: Ver. Nelcir Tessaro; 1º Vice-Presidente: Ver. Mario Manfro; 2º Vice-Presidente: será votado, oportunamente, por indicação da Bancada do PT; 1º Secretário: Ver. Bernardino Vendruscolo; 2º Secretário: Ver. Tarciso Flecha Negra; 3º Secretário: Ver. João Carlos Nedel”.

Passaremos à votação da Mesa Diretora. Informamos que o processo de votação será nominal, e iremos utilizar o painel eletrônico.

Em votação nominal as indicações do Ver. Nelcir Tessaro, para Presidente; do Ver. Mario Manfro, para Vice-Presidente; de um Vereador a ser votado, oportunamente, por indicação do PT, para 2º Vice-Presidente; do Ver. Bernardino Vendruscolo, para 1º Secretário; do Ver. Tarciso Flecha Negra, para 2º Secretário; e do Ver. João Carlos Nedel, para 3º Secretário. (Após a apuração nominal.) APROVADAS as indicações por 30 votos SIM. (Palmas.)

Meus cumprimentos, Ver. Tessaro, cumprimentos aos componentes da nova Mesa. (Palmas.)

 

Em votação o Requerimento, de autoria desta Presidência, que solicita a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que, após ouvido o Plenário, tenhamos a votação, no dia de hoje, do Projeto dos Conselhos Tutelares. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, na verdade, a nossa pauta aqui tem sido muito trabalhada e construída em parceria com todas as Bancadas. É verdade, Ver. Pedro Ruas, que esse tema estava listado para ser votado hoje. Na Sessão de quinta-feira, eu fiz uma consulta aos Srs. Líderes sobre o desejo de o Dr. Luciano Muratt, Promotor de Justiça, vir a esta Casa para falar sobre o tema, mas ele não poderia vir hoje. As Bancadas, evidentemente, têm uma lógica de plenário. Eu passo a consultar as demais Bancadas, porque, se derem acordo para votar o tema, eu vou dizer ao Dr. Luciano Muratt que ele é sempre bem-vindo a esta Casa, mas, em função de um Requerimento de plenário, agimos dessa forma. Vou consultar as Bancadas, mas, antes, devolvo a palavra a Vossa Excelência.

 

O SR. PEDRO RUAS: Obviamente não se quer promover nenhum tipo de descortesia, mas não há nenhuma dependência da votação em relação à fala do Dr. Luciano, que ouviremos no momento oportuno. (Palmas.) Então, mantenho o Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passo a consultar, formalmente, as Bancadas sobre a manifestação do PSOL.

Primeiro, consulto a Bancada do Partido dos Trabalhadores, para saber como V. Exas encaminham essa matéria.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, a Bancada do PT também encaminha favoravelmente à votação imediata do Projeto dos Conselhos Tutelares, tendo em vista que a Comissão Especial tratou desse tema, ouviu todos os entes envolvidos, inclusive o Ministério Público, que trouxe as suas considerações, que foram apensadas e anexadas ao Projeto. Portanto, somos favoráveis à votação imediata do Projeto do Conselho Tutelar. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bancada do PDT.

 

O SR. MAURO ZACHER: Presidente, esta Casa tem uma cultura de garantir o amplo debate, como tem feito em todos os assuntos polêmicos que nós temos enfrentado aqui, no nosso dia a dia. Entretanto, não só temos uma agenda muito grande de votação, assim como já tivemos a oportunidade de receber o Promotor, na Comissão. Então, imagino que nós possamos enfrentar a votação deste Projeto de Lei em relação aos Conselhos Tutelares ainda hoje. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bancada do PTB.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, ainda que o Promotor tenha que vir, acho que isso não impede a votação no dia de hoje. Então, venha o Promotor ou não venha, que a votação seja realizada hoje. Essa é a posição do PTB. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bancada do PMDB.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Esta é a mesma a posição do PMDB, Presidente, que a votação seja efetuada hoje. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bancada do PPS.

 

O SR. TONI PROENÇA: A Bancada do PPS também entende que o Projeto tenha que ser votado hoje, embora isso não invalide a vinda do Promotor Luciano Muratt. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bancada do PSDB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, nós, da Bancada do PSDB, também somos favoráveis a que a votação seja imediata. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bancada do PRB.

 

O SR. WALDIR CANAL: A Bancada do PRB entende que uma coisa não depende da outra. Votação hoje! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Portanto, havendo a manifestação de todas as Bancadas de que o tema deva ser enfrentado de imediato, é o que nós vamos fazer. Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, a Bancada do Partido Progressista vê com indiferença se a votação for hoje ou outro dia. Apenas lamenta que se faça um acordo e que, depois, ele seja desfeito.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5068/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 007/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre, que altera a Lei Complementar nº 628, de 17 de agosto de 2009 – que consolida a legislação municipal que dispõe sobre a defesa dos direitos da criança e do adolescente –, retira a representação do Legislativo Municipal no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e na Corregedoria dos Conselhos Tutelares, ajusta os requisitos para habilitação à função de Conselheiro Tutelar, inclui e ajusta instrumentos no processo de escolha dos Conselheiros Tutelares, altera o período das eleições e data de posse dos Conselheiros Tutelares e revoga dispositivos dessa Lei Complementar. Com Emendas nos 04 a 15.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e CECE. Relatora-Geral Verª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 04 a 13, e pela rejeição da Emenda nº 14.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- retiradas as Emenda nos 01 a 03.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCE nº 007/09. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, conselheiros que estão aqui presentes, vejo que há um certo ar de preocupação nos conselheiros, mas eu gostaria de iniciar a minha fala também agradecendo a todos os componentes da Comissão Especial que contribuíram para que nós apresentássemos várias Emendas de consenso ao Projeto do Executivo e do Legislativo, também com a participação do Ministério Público.

Eu gostaria de dizer que, no ano retrasado, no dia 08 de outubro de 2007, um jornal da Capital - há vários jornalistas aqui presentes e, em homenagem a esse jornal, eu não vou mostrá-lo, para não fazer a devida publicidade - me incentivou a propor um Projeto aqui nesta Casa, que tramitou e está suspenso, que buscasse mudar um pouco a forma de escolha dos conselheiros tutelares da Capital, fazendo com que o voto passasse a ser uno, ou seja, o eleitor, que não é obrigado a votar, passaria a votar não mais em cinco, mas somente em um conselheiro. A manchete desse jornal dizia o seguinte: “Partidos e Igrejas dominam o Conselho Tutelar”. Durante esse período, mandei várias comunicações para a imprensa, Ver. João Antonio Dib. Não quero promover esses jornalistas, mas eu mandei especialmente a eles - tirei cópia -, porque é muito fácil, vocês, jornalistas, a quem eu respeito profundamente, como respeito a todos os profissionais, falarem, extemporaneamente, ou fazerem uma cobertura, muitas vezes olhando um lado só. Vocês não fizeram a mesma cobertura durante o período em que trabalhou esta Comissão; os senhores não falaram, não disseram nada à população. Os senhores se limitaram, lá em 2007, a fazer uma reportagem, dizendo: “Partidos e Igrejas dominam o Conselho Tutelar”. Mas vocês silenciaram nesse momento; vocês passaram um período adormecidos, e eu quero respeitar isto.

Nós fizemos um trabalho nesta Comissão, sem sombra de dúvida, altamente positivo, mas nessa parte nós não conseguimos consenso.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino Vendruscolo, eu estou me inscrevendo e cedendo o meu tempo a V. Exª Quero dizer a V. Exª que eu acompanho o seu pensamento desde o início, e ainda penso da mesma forma. Eu estou de pleno acordo com V. Exª.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Nessa parte, não conseguimos consenso e estamos muito conscientes, Vereador-Presidente, que temos uma minoria. Muito bem.

Mas vamos falar daquilo em que nós conseguimos consenso, que foi a exigência de Ensino Médio para os conselheiros concorrerem, e a condição de penalizar, profundamente, aquelas entidades que fornecerem atestados frios. Progrediu este projeto também - e nisso não precisamos mexer, porque já foi assim, era consenso de todos os membros da Comissão -, de se exigir ficha corrida civil e criminal do candidato. Talvez, caros Vereadores - e já disse desta tribuna -, possa servir o Projeto desta Casa de exemplo a alguns dos nossos Deputados Federais, que só fazem discurso no que diz respeito à Reforma Política, que possam eles também passar a exigir, lá, a ficha corrida civil e criminal.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): V. Exª continua com a palavra, por cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado, Ver. Dib. Que fiquem, muitos desses Deputados, vendo numa condição até desconfortável, o Projeto desta Casa, porque aqui tivemos condições de progredir. Nós passaremos, se aprovado este Projeto, a exigir ficha corrida civil e criminal, o que não ocorre hoje, porque eu já concorri por três vezes, elegi-me em duas e, em nenhuma das vezes foi-me pedida ficha corrida civil. Este, sim, é mais um progresso.

Há várias Emendas a este Projeto, e uma, de minha autoria, que determina que - não proibir o conselheiro tutelar de concorrer a outro cargo público, se o conselheiro eleito vier a servir, em cargo de confiança a um Parlamentar ou outro, licenciando-se - esse conselheiro, se sair para qualquer uma dessas situações, deve abrir mão da sua condição de Conselho Tutelar. Em outras palavras, aquele conselheiro tutelar que concorrer a um cargo eletivo, que for servir em outro órgão público, durante o seu mandato, ele estará abrindo mão da sua condição de Conselho Tutelar, se for aprovada esta Emenda.

Eu, mais uma vez, quero elogiar a Verª Maria Celeste, que foi Relatora, como o trabalho de toda a Comissão, da parceria, dos próprios conselheiros tutelares que, por incrível que pareça, participaram de todas as reuniões; o respeito que todos tiveram com este Vereador, mesmo sabendo que este Vereador pensava e pensa um pouco diferente sobre a forma de escolher os conselheiros tutelares.

Mas eu disse aqui, para vários Vereadores, que não posso eu acompanhá-los, retirando a Emenda de minha autoria que trata sobre as normas para eleição, porque é uma bandeira minha, pois já venho há muito tempo fazendo este discurso, há muito tempo defendo este ponto de vista. Eu não posso agora, em respeito àquelas pessoas que nos acompanharam, àquelas pessoas que depositaram o seu voto, àquelas pessoas que acreditaram e que acreditam, como eu, que essa é a melhor forma, voltar. Vou seguir defendendo.

Já tenho, mais ou menos, a contabilidade dos votos; Ver. DJ, mas, com certeza absoluta, faço com a maior tranquilidade, com a maior segurança, a votação desta Emenda, ainda que ela esteja em desvantagem quanto aos números. Quero dizer que, se nós olharmos o Projeto, veremos que hoje, com certeza, ele está bem melhor. A legislação que nós vamos oferecer à sociedade de Porto Alegre é bem mais qualificada do que aquela que se tem hoje. Então, desejo a vocês, conselheiros, que saiam daqui confortados. Quem sabe, um dia, eu possa me convencer do meu equívoco, ou, quem sabe, e eu espero que vocês, amanhã ou depois, se convençam de que este Vereador estava correto quando defendia aquela condição de o eleitor votar em um só candidato. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCE n° 007/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Sras e Srs. conselheiros tutelares da cidade de Porto Alegre que acompanham a votação neste momento, mantendo - eu tenho absoluta certeza - seus atendimentos nas microrregiões às quais pertencem. Por isso, em respeito aos conselheiros que estão aqui e àqueles colegas que ficaram mantendo o seu plantão nas suas micros, nós achamos importante que a votação se realizasse no dia de hoje.

Como o Ver. Bernardino já colocou, eu fui presidente da Comissão Especial, e pude ter a oportunidade, pela segunda vez, de ser uma das Relatoras da Comissão Especial, que tratava desse tema tendo em vista a minha larga experiência como Conselheira Tutelar da Cidade, como promotora junto à Associação dos ex-Conselheiros, e também de vários cursos de formação que nesta área.

Tivemos a grata de satisfação de, na semana passada, estarmos junto com o Dr. Juiz da Infância de Porto Alegre, Dr. Daltoé Cezar, tratando das alterações da Lei da Adoção, uma Lei Federal que propôs alterações no Estatuto da Criança e Adolescente. Tivemos a participação de vários Conselhos do Estado do Rio Grande do Sul, preocupados com a sua qualificação, com a sua vontade de aprender, cada vez mais, especialmente no que diz respeito a essa Lei que foi alterada.

E dessa forma, nós temos acompanhado o trabalho dos conselheiros aqui da cidade de Porto Alegre, sempre preocupados com a qualificação do seu trabalho, com o seu dia a dia, com uma retaguarda importante e necessária para o seu atendimento.

Nós produzimos um Relatório, na Comissão Especial, que tratava justamente dos três eixos que foram discutidos. O primeiro deles, da qualificação do conselheiro tutelar, do seu atendimento na microrregião, e da necessidade de uma infraestrutura adequada na sua microrregião. Nós tivemos inúmeros problemas, mesmo com o aumento de duas microrregiões na Cidade. Essas microrregiões, especialmente a 9 e a 10, estão sem a menor condição de trabalho, sem auxiliar-administrativo para dar conta do atendimento às pessoas, quando da sua acolhida e dos despachos dos seus atendimentos. Enfim, a grande dificuldade da figura do conselheiro tutelar enquanto agente próprio da ação na Cidade.

O segundo aspecto, extremamente importante, é sobre a retaguarda dos Conselhos Tutelares. Nós sabemos das dificuldades que os senhores e as senhoras enfrentam, quando precisam de uma vaga para um atendimento na área da drogadição, por exemplo, especialmente do adolescente. Onde internar e onde dar continuidade ao atendimento pós-internação a um adolescente usuário de drogas na cidade de Porto Alegre? Este é um dos exemplos de dificuldade do dia a dia. Mesmo para a colocação em um abrigo, que hoje já não é mais de responsabilidade do Conselho Tutelar, mas será o conselheiro tutelar que terá que ir até o Juiz da Infância e solicitar que essa criança seja abrigada no nosso Município, para que esteja protegida numa necessidade de violação de direitos com uma proteção especial.

E o terceiro aspecto, que foi analisado na Comissão, diz respeito à questão do processo eleitoral como um todo. Portanto, nós avançamos, e muito, nas nossas discussões. Temos divergências, sim, especialmente com o Presidente da Comissão, quando fez um Projeto nesta Casa querendo tratar apenas do voto único e individual para a eleição do Conselho Tutelar. Achamos que o Conselho Tutelar é muito maior e precisa de uma discussão. Precisava de uma discussão aprofundada de todo o processo, e não apenas do processo eleitoral. Por isso nos detivemos nos três eixos de ação no Relatório, que foram configurados por meio de Emendas, Emendas importantes.

Vamos passar a exigir, o Ensino Médio. A nota da prova passará a ser seis - olhem o quanto já avançamos nessa questão da qualificação do conselheiro tutelar. E tantas outras Emendas de adequações necessárias para o Ministério Público ter os prazos legais e adequados; poder, de fato, receber e acolher as denúncias que acontecem no processo eleitoral e que não têm o empoderamento necessário para poder atuar efetivamente em relação aos eleitos.

Agora, Ver. Bernardino, V. Exª, que insiste nessa votação em apenas um candidato ao Conselho Tutelar, eu quero dizer para V. Exª que isso dificulta, e muito, porque numa composição de cinco, os conselheiros podem dividir custos, podem começar a trabalhar sob a lógica do que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente. Há a formação de um colegiado; são cinco que determinam, que trabalham coletivamente, e, portanto, essa composição no início do processo eleitoral ajuda, e muito, a já trabalhar à luz do que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Mais do que isso, a argumentação que vem e que diz que os conselheiros acabam sendo cooptados pelas igrejas, pelos Partidos, eu quero dizer que a Constituição prevê que qualquer cidadão tem direito a ter um time de futebol, a ter a sua religião e a ter o seu Partido político. Portanto, não seremos nós que vamos ir contra a Constituição Federal, dizendo que os conselheiros podem ou não torcer pelo Grêmio ou pelo Inter, ter as suas religiões ou participar de algum Partido político. O que não pode, efetivamente, é deixar de lado a sua principal atribuição, que é seguir o Estatuto da Criança e do Adolescente. Eu tenho absoluta certeza de que os senhores e as senhoras sabem muito bem que, acima de tudo, no dia a dia do seu trabalho no Conselho Tutelar, está a infância. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo a Emenda nº 17 ao PLCE nº 007/09, assinada pelo Ver. Bernardino Vendruscolo e pelo Ver. Luiz Braz, cujo teor é o seguinte: “Art. 110. Parágrafo único. É defeso ao conselheiro tutelar eleito e após a sua posse licenciar-se para concorrer ou assumir cargo público, por eleição ou por indicação”.

Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 17 ao PLCE nº 007/09 às Comissões atinentes. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que solicita destaque das Emendas de nºs 14 e 17 ao PLCE nº 007/09.

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, e faço aqui uma saudação muito especial a todos os conselheiros tutelares que estão acompanhando esta votação na tarde de hoje. É evidente que esta votação diz respeito ao futuro e às boas mudanças que queremos implementar no Conselho Tutelar de Porto Alegre.

Primeiro, quero aqui ressaltar que esta Casa, como já fez no passado, novamente traz este assunto, e, por meio de uma Comissão presidida pelo Ver. Bernardino, fez aqui uma série de debates, apresentou propostas, discutiu problemas pontuais, discutiu melhorias e avanços que o Conselho Tutelar tem que ter. Então, primeiro, quero saudar o trabalho desta Comissão, Ver. Bernardino, que embora não tenha consenso em alguns pontos, fez um bom trabalho, buscando sempre uma melhor condição de trabalho para vocês e, ao mesmo tempo, buscando sempre que se reforce aqui a qualificação dos conselheiros tutelares, buscando que o controle social seja fundamental nesse processo, porque pesa nos ombros de vocês, conselheiros tutelares, uma grande responsabilidade que, muitas vezes, não é dividida com outros que também têm uma grande responsabilidade. Muitas vezes, atribui-se, Presidente Melo - V. Exª que tem uma atenção especial a este assunto - responsabilidade aos Conselhos, que deveria, na verdade, ser responsabilidade do Executivo. Muitas vezes é da própria escola a responsabilidade, e eu falo isso com a maior tranquilidade, porque tenho percorrido e conversado com muitos conselheiros tutelares, não só de Porto Alegre, como do interior do Estado.

Embora busquemos avanços, queremos melhorar as eleições dos conselheiros - isso é pauta desta Casa: a criança e o adolescente -, nós ainda temos um grande débito social com as nossas crianças e com os nossos adolescentes. Eu poderia dizer para vocês que muitas coisas boas serão incluídas neste Projeto de Lei, na melhoria, na qualidade, no controle social do Conselho Tutelar, mas tem um ponto em que nós não temos certeza. Eu tenho a convicção de que o Conselho Tutelar não é uma eleição individual. Vocês são uma comissão, um colegiado que toma decisões em conjunto, e que, então, não poderiam conviver individualmente cinco conselheiros. Assim como não são conselheiros apenas de uma microrregião, porque estão em plantão semanalmente, mensalmente, trabalhando pela Cidade, esse conselheiro é também um conselheiro da Cidade.

Então, não me dá certeza, não me dá garantia de que o voto individual, Ver. Bernardino, possa trazer melhoria, pelo contrário! É bem provável que sejam minicampanhas de Vereadores e que usem o Conselho Tutelar de trampolim para uma caminhada política, o que é legítimo - temos aqui a Verª Maria Celeste, que é uma bela Vereadora, que foi uma bela Conselheira e que hoje preside a Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente. Mas eu quero dizer que vocês têm uma grande responsabilidade, talvez falte no currículo deste Vereador não ter sido conselheiro, porque eu sei do dia a dia de vocês. Eu sei do compromisso, eu sei o que pesa no ombro de cada um e de cada uma de vocês, lá na ponta, com as questões mais difíceis, enfrentando as maiores mazelas que essa sociedade tem: de crianças abusadas, de crianças abandonadas e com pouquíssimas condições de trabalho.

Eu quero dizer que este Vereador é parceiro sempre na construção propositiva de uma melhora não só na eleição, não só no controle social de vocês, mas também numa melhoria de condições de trabalho, porque eu sei que vocês têm pela frente um grande desafio, que é enfrentar uma das maiores mazelas que a nossa Cidade tem, que são as nossas crianças e adolescentes.

Então, coloco assim as minhas considerações. Peço aos Vereadores e Vereadoras que pensem, porque nós estamos diante de uma grande responsabilidade. Essa Comissão trouxe mudanças significativas, mas o voto único, não tenho certeza, aliás, tenho grande receio que possa piorar, e muito, o Conselho Tutelar.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo Requerimento de autoria deste Presidente, que solicita votação em destaque da Emenda nº 16 ao PLCE nº 007/09.

Srs. Vereadores, antes de passar a presidência dos trabalhos ao Ver. Toni, como eu estou vendo aqui vários conselheiros, que são sempre muito bem-vindos à nossa Casa, amanhã às 11h30min, aqui na Casa, vai haver uma reunião da Corrente da Solidariedade pró-Funcriança, com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e entre outras entidades, com o sentido de sensibilizar esta Casa da adesão ao Fundo.

Então, aqueles que puderem participar conosco, todos os Vereadores, Vereadoras que já receberam convite também, especialmente os conselheiros tutelares.

Passo os trabalhos ao Ver. Toni Proença.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, prezados conselheiros tutelares, a quem eu quero iniciar parabenizando, eu tenho certeza de que esse grupo plural, na sua identidade e origem, é um grupo que muda a história dos Conselhos Tutelares.

Eu queria começar falando que a Comissão de Educação - não é Comissão que vocês chamam - é Comissão de Educação; os Conselhos Tutelares começaram o ano passado, chegando aqui na Câmara com relatórios, trabalhando coletivamente, pautando as políticas públicas em Educação, que tem que dar retaguarda para a ação dos Conselhos Tutelares, um grupo de conselheiros tutelares que tem consciência que, se trabalhar isolado, se trabalhar sua tarefinha, burocraticamente, não resolverá o problema da criança e do adolescente. Isso me orgulha muito, acho que a cidade de Porto Alegre merecia um Conselho Tutelar de trabalho mais coletivo. Pode ter lá os seus problemas, aqui e ali, há muitos problemas de infraestrutura, de condições de trabalho, de capacidade ou de condições de diálogo com o conjunto dos serviços públicos, mas é um grupo de conselheiros tutelares aguerridos, inclusive os conselheiros tutelares que têm ligações com a base do Governo. Isso eu quero reconhecer e parabenizar - aguerridos, críticos, batalhadores, que têm problematizado o conjunto das políticas que faltam para dar suporte à ação dos Conselhos Tutelares. E, por isso o trabalho de revisão da lei vem marcado com o protagonismo deles. E nós já fizemos, na outra revisão, alguns passos, algumas medidas importantes, algumas mudanças importantes, como foi a qualificação através de curso de formação e, agora, nós vamos avançar. Eu enxergo avanço nas várias medidas que estamos construindo coletivamente com o protagonismo desse coletivo que está atuando lá na ponta. Entre elas, eu quero destacar, sim, o Ensino Médio. Eu não acho que a escola resolve tudo, mas nós já temos um avanço importante de cobertura do Ensino Médio. Ele se tornará obrigatório agora, por uma conquista nacional, de uma política federal, em que nós teremos obrigatoriedade de oferta e de ida à escola, dos cinco anos aos dezesseis anos. Vamos ter mais recursos na Educação. Então, o Ensino Médio, se conseguirmos avançar nas políticas de acesso ao Ensino Médio, como o transporte escolar e como o apoio de outras áreas, vai ser acessível para uma grande parte da população. Portanto, exigir e considerar o Ensino Médio uma formação básica para atuar enquanto Conselheiro Tutelar, vai ser um avanço importante. Não vai ser uma barreira para pessoas dedicadas à criança e ao adolescente. Ao contrário, vai valorizar e estimular, para que, quem trabalha com criança e com adolescente, procure formação, e nós temos trabalhado muito nisso, para que todos que atuam em creche comunitária, em SASE, procurem informação, tenham formação. Temos brigado para que quem está atuando na ponta tenha acesso direto às políticas públicas do Ensino Superior. Por que não o Conselho Tutelar, também, ter Ensino Médio?

Eu acho que esse vai ser um outro passo na qualificação, porque não é qualquer pessoa que faz uma intermediação numa situação de vulnerabilidade de uma criança. Ela tem que agregar, sim, um perfil, um perfil de liderança, um perfil humanitário, à formação, à qualificação permanente. São as combinações dessas políticas que resultam num bom Conselheiro Tutelar.

Então, eu acho que nós vamos avançar nesse sentido, vamos avançar no sentido de aumentar a nota para passar na prova também, de cinco para seis; vamos avançar, porque nós vamos exigir publicidade do que os Conselheiros Tutelares estão fazendo; publicidade para o processo eleitoral. Não dá para ser um “cartazinho” lá no último mês antes da eleição; tem que ser um chamamento forte para a Cidade, porque o conjunto da população tem que sair do processo de eleição do Conselho Tutelar mais vigilante, mais integrado, mais atento, com mais qualidade para encaminhar e ajudar no apoio à criança e ao adolescente.

Encerro, dizendo que também a mudança da data da eleição, permitindo que a eleição seja em abril, e a posse em maio de 2011, também vai resolver um problema de um tempo em que uns eram eleitos e outros não, a criança ficava mal atendida, e nós tínhamos problemas de continuidade.

Encerro o meu tempo, e depois, se eu puder, eu quero tratar da questão uninominal e de cinco nomes. Eu acho que o Conselho Tutelar é um processo coletivo, é um trabalho coletivo, não é eleição de Vereador, não é eleição de uma pessoa; é de um conjunto de ideias que, depois, vão ter que somar esforços. Por isso acho que temos que votar em cinco. Parabéns pela luta de vocês e que a gente avance mais uma vez para que as nossas crianças sejam mais felizes. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

(Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu vim à tribuna apenas para dizer de uma dúvida que tive em relação a esse processo e uma assinatura que dei para tramitar uma matéria ou uma Emenda de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.

Até para justificar os atos que tenho nesta Casa, é uma obrigação, como homem público, justificar cada ato que eu faça, e que seja bem justificado. Eu realmente tive muitas duvidas quando o Ver. Bernardino Vendruscolo apresentou sua Emenda nº 14, com relação à possibilidade de o conselheiro ser eleito um a um; assim como é na eleição para Vereador. E a minha dúvida se referia a algumas coisas que eu não aprovo. Por exemplo, nas eleições anteriores, quando chapas pertencentes a uma determinada instituição eram eleitas, eu acredito que isso não comprovava que todas aquelas pessoas estavam aptas a exercer uma função tão nobre e de tanta responsabilidade como é de um conselheiro tutelar. Então eu balancei, Ver. Bernardino, quando V. Exª colocou a Emenda nº 14.

Com toda certeza, conversando com várias lideranças - cito uma que eu respeito muito que é a minha querida amiga Geneci Friolim, que tem realmente uma trajetória comunitária acima de qualquer suspeita -, olhando os documentos que me foram passados e todas as explicações, cheguei à conclusão de que não deveria votar favorável à Emenda do Ver. Bernardino. Fui até ele e lhe pedi que retirasse a Emenda, ou que pensasse na possibilidade de retirá-la, porque não acreditava mais que aquela realmente fosse a forma ideal para que nós pudéssemos compor as eleições do Conselho Tutelar. Logo em seguida, o próprio Ver. Bernardino me pediu que eu assinasse uma outra Emenda. Eu assinei para que realmente o Plenário pudesse votar, mas também não faz parte das minhas convicções aquilo que me foi solicitado pelo meu amigo Bernardino Vendruscolo.

Eu acredito, Verª Sofia Cavedon - e aí é uma coisa que eu tenho desde o início -, que todos os segmentos da população devem ter o direito de participar da eleição para Vereador, porque eu acho que os principais quadros que nós temos na nossa sociedade devem disputar uma vaga aqui neste plenário. Eu acho que devem estar aqui aquelas pessoas que são mais capazes de fazer o seu trabalho como Vereador.

Então, eu vou cometer quase que um ato falho, mas eu quero explicar este meu ato. Eu dei a minha assinatura para tramitar a Emenda do Ver. Bernardino Vendruscolo, mas eu não vou votar favoravelmente a Emenda, porque eu sou contrário a se vetar qualquer pessoa de concorrer à Vereança. Eu acho que se houver um conselheiro tutelar que faz um bom trabalho, que tem realmente possibilidades de pleitear a sua entrada aqui como Vereador, não serei eu a cerceá-lo. O dia em que eu não tiver mais condições de estar aqui, que eu não puder mais competir, eu não vou estar aqui. Mas eu não vou cercear ninguém de poder disputar uma vaga neste plenário.

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu lhe pedi um aparte até para dizer que V. Exª não tem obrigação de votar; e eu quero agradecer, porque eu precisava da sua assinatura, e que, de forma fraterna, concordou em assinar. Eu só gostaria de dizer que apresentei esta Emenda, na verdade, para contemplar aqueles Vereadores que defendiam a tese contrária à minha Emenda nº 14, pois aí nós iríamos fazer uma eleição para Vereador. Bom, se este é o problema, vamos contemplar com esta outra Emenda. Mas eu quero, de qualquer forma, agradecer pela sua bondade.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu agradeço a V. Exa, Ver. Bernardino Vendruscolo, mas eu só vim à tribuna, porque eu acho que devia estas explicações e seria realmente um absurdo eu ter assinado uma Emenda e depois votar contra a Emenda que assinei. Fiz questão de encaminhar assim, porque é a forma como eu penso. E seria realmente trágico para mim votar, algum dia, neste plenário, contrário aos meus pensamentos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, imprensa, queridos conselheiros, há muitos anos defendo uma posição em relação à eleição dos Conselhos: eu não consigo entender, por exemplo, que um conselheiro que more na Zona Norte seja eleito pela Restinga. Qual é a relação que este conselheiro tem com a comunidade da Restinga?

Ora, eu entendo também que esta discussão tem que ser realizada com mais tempo também. As eleições do Conselho são logo em seguida, e eu acho que tem que se discutir mais com a sociedade, mais com o Parlamento, e mais com os Conselheiros! Também não está claro para mim - eu gosto das coisas claras, apesar de alguns não me entenderem pela forma como falo, com o português não muito correto, ou melhor, bem distorcido, mas o povo me entende, porque falo a língua deles! Aí eu me pergunto, salvo melhor juízo -, é permitida chapa ou não? Para mim isto não está bem claro! Quero que os senhores me entendam, pois eu gosto das coisas corretas, como os senhores também, tenho plena certeza e convicção, como os senhores também querem que a lei seja correta, até mesmo porque o papel dos senhores é de pais, de mães, e mais do que a família, muitas vezes, porque quando a criança é abandonada, é rejeitada, são os senhores que vão lá dar o braço e o conforto. Então, só quero que os senhores me entendam: da forma como hoje está esta lei, ela não está bem clara nem para mim, nem - tenho a certeza - para muitos dos senhores, e até mesmo para a sociedade.

Nós temos de mexer na Lei, temos. E temos, Ver. Nilo Santos - nosso Líder -, de mexer e debater em diversos pontos desta Lei! Mas o tempo é curto, César! O tempo é curto! E não vou ser eu, aqui, que vou me precipitar, em votar uma lei ou questionar uma lei sem o tempo suficiente de discuti-la melhor.

Então, eu quero deixar bem clara a minha posição que é esta que eu vou ler para os senhores, mas hoje não há tempo para discutir! Então, a melhor forma, meus colegas, é manter o que há.

Vamos manter ainda nesta eleição - esta é a proposta deste Vereador -, mantemos ainda nesta eleição e, após a eleição, vamos sentar e discutir! Aí teremos tempo, teremos prazo e tenho certeza de que nós não vamos cometer erro. E nós não podemos errar! É como o médico, quando opera, é uma vida que está na mão dele! E, da mesma forma, é uma vida, é a vida daquelas crianças que está na mão dos senhores!

Então, a minha proposta aqui é de que se mantenha a forma que está hoje. Logo após as eleições, que os senhores, o Parlamento, a sociedade se reúnam para acertar aquelas dúvidas que existem nesta Lei. Muito obrigado, Sr. Presidente, obrigado aos senhores conselheiros por me ouvirem. E a minha posição é de que se mantenha a forma como está hoje. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença, colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores militantes sociais que trabalham aqui o tema da criança e do adolescente, prezados membros da imprensa. Porto Alegre foi e é pioneira no tema dos Conselhos Tutelares. Iniciou esse processo no sentido de democratizar a forma como tratar as nossas crianças e os nossos adolescentes. Serviu de referência para todo o Brasil e vem construindo esse processo. Justamente, é este processo que estamos aqui discutindo. E quero cumprimentar todos os que hoje são conselheiros e conselheiros, e aqueles que já foram e que auxiliaram esse debate aqui na Câmara, num grupo de trabalho, formatando um diálogo com da Cidade a respeito do que é melhor, do ponto de vista dos acúmulos que já temos. A polêmica que se está estabelecendo aqui é se é voto distrital ou universal; se vota em um ou em cinco conselheiros. E aí nós temos que trabalhar um pouco do conceito dos princípios que queremos para o tema do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. É óbvio, do meu ponto de vista, que, se elegemos cinco, cada um tem que votar, no mínimo, em cinco; é óbvio, para mim, que a escolha da relação entre os canditados e os possíveis conselheiros possa se dar antes, e, principalmente, durante a atuação dos Conselhos Tutelares. Constituir grupos para fazer a disputa é discutir o tema, é assumir compromissos coletivos previamente, é poder analisar, é poder fazer uma autorregulação, inclusive, do ponto de vista da cobrança, de um colega em relação ao outro, de princípios, posturas e objetivos a serem alcançados. Portanto, este tema não pode aqui ser contaminado, neste momento, no sentido de dizer que tenho só um candidato ou quero votar em um só candidato, Ver. Bernardino. Cumprimento-o pela sua postura em trazer este debate, porque acredito que, nesse sentido, estamos apostando no individualismo, e o tema da criança e do adolescente é um tema social. Quantos mais se envolverem, para mim, do meu ponto de vista, melhor; quantos mais se comprometerem, do meu ponto de vista, melhor.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estava quieto, V. Exª me convidou, carinhosamente, ao debate, e eu agradeço.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Este é o nosso papel aqui.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: Exatamente. Vereador, da forma que está, só se elege quem tem estrutura, principalmente de locomoção. E eu vou lhe dizer, com sinceridade; nós permanecermos com esse sistema, faz-me lembrar de 1982, quando se votava com voto vinculado para Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador, Presidente da República; com todo o respeito. Obrigado.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Agradeço-lhe pelo aparte, e o senhor contribui com a tese que defendo. Por quê? Porque eu acredito que, quanto mais envolvimento houver entre os próprios candidatos - inclusive vou um pouco além, nós debatemos muito na nossa Bancada, que é a maior, e os temas nunca são tratados de forma unânime, mas o importante é construir posições, é trazer os temas quando há polêmica para que possamos debater, tanto internamente como com a sociedade. Bom, o tema dos apoios: há críticas, porque a igreja tal apoia o candidato tal - todas as igrejas apoiam alguns candidatos, um ou outro. “Ah, porque os Partidos políticos apoiam um ou outro...” “Ah, porque o CTG ou clube de mães apoiam um ou outro...” Bem, eu acho que isso é positivo! Se uma igreja tem, na sua postura, a filosofia de trabalhar na defesa da criança e do adolescente, nós temos que fazer o debate com essa entidade para que ela não atrele completamente esse tema às suas questões internas, mas que, sim, ofereça o potencial da sua estrutura para dar suporte, inclusive aos conselheiros, para que eles exerçam um trabalho na plenitude, um trabalho com debate, com diálogo e que, inclusive, possam trazer para a sociedade as contradições encontradas dentro ou fora da sua instituição.

 

O Sr. Luciano Marcantônio: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Comassetto. Peço o aparte para registrar que concordo, e muito, com as suas palavras. Em relação à eleição do Conselho Tutelar, parabenizo esta Casa e o trabalho da Comissão pelas alterações propostas. É um pensamento, principalmente da Bancada do PDT, depois de avaliar profundamente a questão relativa ao Conselho Tutelar. Depois de conversar com inúmeros conselheiros e ler com atenção a sua fundamentação, acredito que o voto do eleitor em um ou até em cinco é a melhor opção. Quero fazer este registro e dizer que eu sei o quanto é árduo, o quanto é trabalhoso, o quanto é difícil o trabalho do Conselheiro Tutelar, porque fui Diretor de Recursos Humanos da Fundação de Proteção Especial, que abriga crianças e adolescentes em situação de risco e vítimas de violência. Lá pude presenciar, na prática, os encaminhamentos de vocês e quero parabenizar todos vocês, conselheiros, pelo trabalho maravilhoso que fazem nesta gestão.

Agora, quero também registrar que sou a favor do voto distrital para conselheiro tutelar, quero dizer que tenho uma Subemenda propondo essa ideia, e que tenho aqui um ofício do TER, dizendo que é possível, sim, fazer a eleição distrital para o Conselho Tutelar. Acredito que, dessa maneira, teremos conselheiros que conhecem a região, e o cidadão escolherá pessoas com representatividade na sua região. Então, pela legitimidade dos conselheiros e por respeito aos moradores das micros, eu defendo que a Micro 2 só possa votar na Micro 2, e que a Micro 1 só possa votar na Micro 1. E aqui há um parecer do TER, dizendo que é possível, sim, o voto distrital para o Conselho Tutelar, que vou encaminhar para todas as Lideranças das Bancadas e para a Presidência desta Casa. (Mostra o documento.) Muito obrigado.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Luciano Marcantônio.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09, por cedência de tempo do Ver. Luciano Marcantônio.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Agradeço a sua inscrição, Ver. Luciano Marcantônio, e pela cedência do seu tempo para continuar a minha exposição.

Este debate que estamos fazendo aqui nesta Casa, Ver. Bernardino, Ver. Luciano Marcantônio, e demais colegas Vereadores, senhores e senhoras aqui presentes, é a essência que a Cidade está construindo, consolidando e qualificando.

Volto, aqui, ao tema de ter ou não apoio de entidades que se constituem legalmente na cidade de Porto Alegre. Eu acredito que é positivo ter o apoio, sim. Agora, talvez, nos debates que estamos fazendo, precisamos avançar em outros temas que ainda faltam: falta estrutura para os conselheiros trabalharem como precisam, falta a disponibilização das estruturas físicas, dos espaços físicos. Temos que fazer este debate com o Judiciário, porque, quando se chega lá com as crianças que devem ir para o Conselho, não se encontra guarida para dar continuidade em como e onde colocar essas crianças, o que fazer. Temos que fazer com que a Justiça discuta e viabilize os processos de adoção com maior tranquilidade, transparência e facilidade.

Portanto, há uma pauta toda que nós precisamos discutir e que não depende só dos conselheiros tutelares, depende da estrutura física do próprio Município, depende da relação com o Judiciário, e, inclusive, do reconhecimento da sociedade em saber o que acontece.

Eu gostaria, Ver. Bernardino, que houvesse uma pesquisa para saber, da sociedade, o que ela conhece dos conselhos tutelares: seu papel, suas responsabilidades e suas dificuldades. Nós precisamos fazer com que a sociedade possa se apropriar desse tema. Tenho certeza absoluta de que quem mais conhece os conselhos tutelares são as classes D e E, porque é onde ocorre um grande número de necessidades, e, muitas vezes, os próprios familiares buscam socorro no Conselho Tutelar. Mas todas as mazelas com as crianças e adolescentes que acontecem nas classes A, B e C, muitas vezes, não chegam aos conselhos tutelares. Portanto, é esse debate que nós precisamos fazer.

Eu vejo aqui o Elton, o pessoal lá do Extremo Sul; nós fizemos um debate de reestruturação regional. Ficamos de dar continuidade, porque quem mora no Lami, uma mãe que mora no Lami, e tem problema no Conselho Tutelar, tem que pegar dois, três ônibus e não tem continuidade. Então, nós temos que continuar fazendo esse debate da regionalização para qualificar ainda mais, porque, se for o voto distrital, como alguns disseram aqui, ele tem que ter condições de atender à sua região no seu todo. E hoje nem todos os Conselhos Tutelares têm condições de atender à sua região toda.

Portanto, eu trago esses temas para contribuir com o debate, e dizer que estamos no entendimento de que é melhor construir um projeto no colegiado, com dezenas de cabeças construindo uma proposta, do que poucas cabeças propondo um andamento para toda a cidade. E nossas crianças e adolescentes merecem ter qualidade de vida para a afirmação da cidadania. Muito obrigado, um abraço a todos e viva o Conselho Tutelar! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. NILO SANTOS: Quero agradecer ao Ver. Toni Proença, que presidia os trabalhos; saúdo o Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, na realidade nós já estamos tendo alguns avanços, e exatamente em nome desses avanços que nós não podemos retroceder em algumas coisas. Votar em um único conselheiro tutelar, Ver. Mauro Zacher, é algo inviável, até porque eles trabalham num colegiado. Tornar o voto distrital é praticamente impossível, porque eles terminam sendo conselheiros de toda a Cidade. Atendem a todas as microrregiões, há o plantão, ele não pode ser conselheiro de uma única microrregião. São conselheiros da Cidade, trabalham pela Cidade, não vão atuar apenas naquela microrregião, mas, eventualmente, também vão ter que atender as crianças e os adolescentes de outras microrregiões. Então, Ver. Marcantônio, não tem como nós realizarmos uma eleição distrital, é impossível. Assim como é impossível também eleger apenas uma pessoa. Eu ainda vou além: me parece que o Ver. DJ Cassiá vai apresentar uma Emenda para tornar a chapa oficial, para oficializar a chapa! O que me assusta muito, senhoras e senhores, é que parece que existe um certo medo de que o conselheiro tutelar depois termine fazendo sombra para o Vereador na campanha. Esse medo existe!

A Emenda nº 17, com todo respeito ao Ver. Bernardino Vendruscolo, ele sabe que eu o considero um grande parceiro aqui nesta Casa, mas nós não podemos, Ver. Bernardino, impedir, por exemplo, que um conselheiro tutelar se licencie para concorrer a Vereador, por exemplo. Todo cidadão tem direito de concorrer, assim como nós temos o direito. Eu entendo que o conselheiro tutelar tem, sim, o direito de se licenciar, até porque ele foi eleito pelo povo para estar lá, e ele pode se licenciar, assim como nós também podemos nos manter no cargo de Vereador e disputar o cargo de Deputado Estadual - como muitos dos nossos colegas aqui farão - ou Deputado Federal, que é o caso do Ver. Brasinha, que vai votar com a Bancada, para mantermos o voto em cinco e para que também não seja distrital. O Ver. Brasinha, inicialmente, não pensava dessa forma, mas, neste momento, ele já pensa dessa maneira.

Então, o que eu acho, sim, Ver. Bernardino Vendruscolo, é que nós temos que levantar aqui uma bandeira única para que, no dia da eleição, a fiscalização trabalhe de uma forma intensa para que não se compre cadeira nesta Cidade, para que não se compre mais o direito de se tornar um conselheiro tutelar, pois muitas pessoas que são pobres, lá da vila, e que apresentam o seu nome para se tornarem conselheiros tutelares terminam perdendo a eleição, porque alguém chega lá com mais dinheiro e banca, compra praticamente a sua vaga no Conselho Tutelar! Isto sim: uma bandeira única para que nós possamos aumentar essa fiscalização, porque nem todos, Ver. Haroldo de Souza, têm condições de contratar uma frota de vans para o dia da eleição. Nem todos têm condições de fazer isso. Por isso é que nós temos que intensificar a fiscalização no dia da votação, para que não aconteça toda aquela confusão que aconteceu na última eleição.

No mais, senhoras e senhores, a gente vai discutir depois e encaminhar, em nome da Bancada do PTB, as Emendas que forem apresentadas. Eu gostaria de sugerir ao Ver. Bernardino Vendruscolo que retire a Emenda nº 17, porque nós não podemos impedir as pessoas de concorrem a Vereador depois de estarem eleitas como conselheiros tutelares; elas têm que ter o direito de se licenciar, sim, e disputar conosco na urna. Se o povo entender que eles merecem ser eleitos Vereadores, que sejam eleitas e trabalhem em favor da nossa Cidade. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para discutir o PLCE nº 007/09.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, público do Canal 16, conselheiros e conselheiras, eu gostaria, primeiro, de parabenizar o nosso Vereador e Presidente da Comissão, Ver. Bernardino Vendruscolo, pelo trabalho que desempenhou, pelo seu gesto democrático, porque ele é democrático, conduzindo a Comissão, dando oportunidade a todos os conselheiros e a todos que participaram de expressarem seus pontos de vista e de se colocarem nesse processo. Mas eu queria dizer, e peço desculpa ao Vereador, meu amigo, que sou contra a posição dele sobre a questão do Conselho Tutelar, e explico por que. Eu sou um Vereador oriundo da periferia de Porto Alegre, sou comunitário, acompanho no dia a dia o trabalho do Conselho Tutelar nesta Cidade e as dificuldades que todos os conselheiros e conselheiras enfrentam para poderem cumprir com o seu trabalho nesta Cidade. Se o Conselho Tutelar de Porto Alegre fosse mais aparelhado, com mais condições, talvez nós tivéssemos diminuído o número de crianças em situação de vulnerabilidade total nesta Cidade, mas um dia nós ainda vamos conquistar isso.

Quero deixar bem clara a minha posição; sou totalmente a favor da chapa, porque eu jamais, se fosse candidato, colocaria na minha chapa alguém que me tirasse voto, alguém que não fosse idôneo, alguém que não tivesse um trabalho realmente comprovado com criança e adolescente. E eu teria que provar, principalmente na minha região e para a sociedade de Porto Alegre, que sou digno, que estou apto a exercer este mandato, porque a minha responsabilidade e o meu trabalho giram em torno das crianças. Então, sou pela formação de chapa, sim. E me sinto muito tranquilo para dizer isto.

Em segundo lugar, a chapa vai proporcionar um pouquinho mais de facilidade financeira para os pré-candidatos ao Conselho Tutelar. Porque há pessoas que têm muita dificuldade financeira, como eu tive para ser candidato a Vereador em Porto Alegre, porque empresário nenhum, ninguém vai me ajudar a botar recursos na minha campanha, porque eu sou comunitário, com pouca influência no mundo empresarial.

Em terceiro lugar, quero dizer que, talvez um dia o voto misto distrital venha a acontecer. Nós podemos trabalhar para isso. Mas, neste momento, eu acho que não é possível o voto distrital. Mas podemos trabalhar nesta questão. Por quê? Vejam bem, eu me elegi em Porto Alegre - acho que isso é um exemplo - com votos em toda a Cidade, embora com uma atuação no Conjunto Residencial Rubem Berta. Por que isto aconteceu? Porque várias pessoas, famílias mudaram-se do Conjunto Residencial Rubem Berta, mudaram-se do Eixo da Baltazar, tanto para a Restinga como para qualquer outra parte da Cidade, e levaram a impressão do nosso trabalho - do trabalho daquelas pessoas que trabalharam. O resultado disso é que estamos hoje aqui. E acredito que o voto distrital neste momento vai tirar voto dos pré-candidatos, ao invés de colocar voto lá.

Quero dizer mais uma coisa, as associações de moradores passam a ter uma responsabilidade agora muito grande. Porque, antigamente - e eu sou testemunha disso, posso afirmar com clareza -, a pessoa que chegasse e pedisse um atestado, em cinco minutos de conversa, levava o atestado. Agora não mais! Agora vai ter que provar que realmente tem trabalho e é dedicado à causa das nossas crianças e adolescentes. Agora, todas as entidades comunitárias têm que ter responsabilidade! E quero dizer mais: sou totalmente a favor de que as entidades tenham os seus candidatos pelo trabalho que eles desempenham, pela luta deles. E que bom se amanhã nós viermos a ter um, dois, três ou mais Vereadores que tenham o conhecimento de um conselheiro tutelar dentro da Câmara de Vereadores. Que tragam para cá! E incentivo que o conselheiro tutelar que almejar ser Vereador nesta Cidade, brigue por isso, venha para cá e venha discutir a questão total, na Cidade, das nossas crianças e dos nossos adolescentes.

Parabéns aos conselheiros tutelares! Parabéns a esta Casa pela discussão da matéria, pelo encaminhamento do processo e por votar esta matéria! Parabéns a todos nós! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está encerrada a discussão. Passo ao processo de votação. (Pausa.) Srs. Vereadores, passo a V. Exas a orientação de votação. Emendas destacadas: Emenda n° 14, destacada pelo Ver. Bernardino e pelo Ver. Adeli Sell; Subemenda n° 01 à Emenda n° 14, destacada pelo Ver. Luciano Marcantônio e Elias Vidal; Emenda n° 16, destacada por este Presidente; Emenda n° 17, destacada por Bernardino Vendruscolo e Luiz Braz. Depois, nós temos as Emendas n° 01, n° 02 e n° 03, que foram retiradas de tramitação. Depois nós temos as Emendas n°s 04, 05, 06, 07, 08, 09,10, 11, 12 e 13, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo e outros, e a Emenda n° 15, de autoria do Ver. Mauro Zacher. Eu pergunto se essas Emendas poderiam ser votadas em bloco, num segundo momento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu gostaria, Presidente, em nome do trabalho e da participação de todos os membros da Comissão, que ficasse bem claro que essas Emendas são de toda a Comissão; toda a Comissão trabalhou.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bom registro, Vereador. É que, para efeito legislativo, tem de haver uma autoria, então, ao ler “outros Vereadores” leia-se todos os membros da Comissão, que trabalharam profundamente nesta matéria.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, gostaria que pudéssemos parar com a Sessão por dois minutos e verificar como vai se dar essa votação e a ordem das Emendas - V. Exª leu rapidamente, e eu tive dificuldade de apreender todos os números -, ou que fosse distribuída imediatamente a ordem e quais as Emendas que foram destacadas. Esta é a minha sugestão para a gente poder conciliar.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito, Valeska, que seja distribuída imediatamente a orientação de votação.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, dois minutinhos, porque temos a disposição de votar em bloco aquelas Emendas que estão acordadas e consensuadas.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu consulto V. Exª para o seguinte: para termos mais celeridade, que pudéssemos votar as Emendas destacadas, enquanto isso V. Exas constroem o bloco, porque as Emendas destacadas, essas, sim, vão ter que ser votadas separadamente.

 Eu vou ler o teor da a Emenda nº 14 ao PLCE nº 007/09, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo e Ver. Adeli Sell (Lê.): “O eleitor votará em apenas 1 (um) candidato, sendo considerado nulo o voto que indicar mais de um candidato”. Esse é o teor da Emenda. Eu solicito a distribuição de orientação de votação a todas as Bancadas.

Em votação a Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, esta semana, assistindo a uma entrevista do nosso ex-Presidente Fernando Collor, estavam repetindo aquela frase dele: “não me deixem só”. E eu já me dei conta de que estou só. Mas assim...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu não vou retirar a Emenda...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Bernardino Vendruscolo, só um minutinho.

Eu quero mais uma vez dizer que a presença dos senhores qualifica este debate, mas a democracia tem vários requisitos para caminhar bem, um deles é o bom contraditório e o respeito às posições que são diferentes das nossas, muitas vezes. Portanto, há um Vereador na tribuna, e eu faço um apelo aos senhores, para que garantam ao Vereador a defesa da sua tese.

Devolvo a palavra a V. Exª, Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, as vaias aqui até que são carinhosas. Com várias justificativas, muitos Vereadores subiram a esta tribuna para justificar o seu voto contrário à minha Emenda. Pois quero dizer - talvez não tanto a vocês todos que estão aqui, porque vocês sabem de que estou falando, mas mais aos que estão nos ouvindo - que, na verdade, é o seguinte: da forma como está, poucas pessoas independentes conseguem se eleger conselheiros tutelares. Quem consegue chegar é quem tem estrutura, e é por isso que defendo o voto num único candidato a conselheiro. Aqui foi defendido que não podemos proibir as igrejas, os Partidos, os clubes. Eu não quero proibir; eu quero tirar a possibilidade de haver acertos e elegerem todos daquela microrregião, e vocês sabem do que estou falando. Porque, da forma como está, poucos chegam lá, só chegam aqueles que têm estrutura de locomoção. Há alguns Vereadores que mudaram o voto de última hora, e quero fazer um registro de que, no dia seguinte ao da próxima eleição ao Conselho Tutelar, já sei quem são, e eles vão chegar no meu ouvido e vão dizer que eu tinha razão.

Então vou dizer, com muita tranquilidade: vocês mesmos, que são conselheiros, por exercerem o cargo de conselheiros, têm muito mais chances de se elegerem do que aqueles que estão querendo entrar, porque vocês já estão prestando um trabalho, e tal, mas isso nós conversamos lá, e não consegui convencê-los; então, só estou fazendo esse registro agora. Nós não temos a pretensão de proibir alguém de concorrer ao cargo de Vereador ou de servir a um cargo de comissão no serviço público. Na verdade, quando propusemos a outra Emenda, de nº 17, foi para dar embasamento a esta Emenda, de nº 14, para dar um pouco mais de segurança, porque havia uma justificativa de que, com o voto individual, eu estaria tentando fazer uma eleição de Vereador. Não é verdade. E depois vamos fazer a defesa da Emenda nº 17, mas, agora, é da Emenda nº 14. Então, saio muito consciente do trabalho que fizemos e muito convencido de que a melhor forma de aceitar a eleição no Conselho Tutelar é essa condição do voto individual.

Eu sei que poucos votarão comigo, mas quero, antes de mais nada, agradecer a todos vocês, que, mesmo não entendendo e não votando comigo, me consideram e mantenham esse comportamento carinhoso comigo. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Bernardino tem que ser elogiado pela sua persistência e pela sua convicção, porque toda a motivação do nosso trabalho em relação ao Conselho Tutelar este ano foi em decorrência, Ver. Bernardino, do seu Projeto de Lei, junto com o Ver. João Dib, que trazia exatamente o teor desta Emenda, no sentido de que o eleitor de Porto Alegre pudesse votar ou devesse votar em apenas um candidato do Conselho Tutelar para a sua Microrregião. É importante registrar que foram esses dois Vereadores que fizeram o Projeto e o trouxeram à discussão e, de fato, tensionaram, inclusive, o Executivo para que, junto com o Ministério Público, pudesse propor alternativas à legislação pertinente.

Ver. Bernardino, todos nós temos que reconhecer o seu trabalho e a sua coerência, mas quero dizer a V. Exª, fraternalmente, que nós já enfrentamos este debate na Comissão, por diversas vezes, e, querendo manter o que para os conselheiros tutelares trata-se da bíblia do seu dia a dia, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente. A sua Emenda vem na contramão da lógica com que foi criado, com que foi pensado o Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil, há 20 anos; uma lógica que traz o Conselho Tutelar como um órgão colegiado, um órgão que precisa de cinco pessoas. O Estatuto da Criança e do Adolescente não diz que o Conselheiro faz aplicação de medidas: ele diz que o Conselho Tutelar faz a aplicação de medidas, ou seja, o Conselheiro Tutelar avalia o caso, percebe se há uma violação de direitos, monta o diagnóstico, discute no seu colegiado e tira o encaminhamento para a aplicação de medidas pertinentes àquela violação de direitos. É isso que o Conselho Tutelar faz, de forma colegiada.

Se nós, já no processo eleitoral, mantivermos a lógica individualista, nós não teremos um colegiado cooperativo, coeso, que precisa da decisão de cinco para uma aplicação de medidas.

Mais além: por que nós vamos mexer em algo que funciona e dá certo? Por que nós vamos trazer a questão do voto individual, mantendo, quem sabe, apenas os conselheiros preocupados com as suas comunidades onde foram eleitos, esquecendo que estão ali para trabalhar e tratar de toda uma região da cidade de Porto Alegre?

Quando se pensa em uma Emenda com este teor, se está trabalhando e se está trazendo esta lógica para o Conselho Tutelar; uma lógica individualista, uma lógica em que “eu vou atender apenas os meus, porque eu me elegi pela Vila Santa Rosa ou pela Vila Safira, e, portanto, que os demais conselheiros trabalhem por suas regiões”. Não é com essa lógica que o Estatuto da Criança trabalha, nem foi com essa lógica que ele foi criado. Quando se traz a lógica de que há um colegiado, a necessidade de que cinco conselheiros trabalhem e façam as aplicações de medidas necessárias - essa é a sua principal atribuição dentro de uma violação de direitos -, há necessidade de que esse colegiado atue coletivamente. E, para atuar coletivamente, ele tem, sim, que fazer com que a lógica individualista não prevaleça dentro do Conselho Tutelar.

Eu quero ter o direito de, na minha Região, escolher de um a cinco; eu sou eleitora daquela determinada Região, e eu quero já montar o melhor colegiado. Portanto, eu tenho a oportunidade de, com o meu voto, dizer: “Eu quero que cinco conselheiros estejam trabalhando coletivamente desde o processo da eleição até internamente, nas relações do Conselho Tutelar”.

Portanto, eu acredito que nós não podemos retroceder na história construída na cidade de Porto Alegre. Votando em apenas um candidato, nós estaremos possibilitando uma lógica individualista, e, mais do que isso, será uma eleição onde os conselheiros vão estar tratando individualmente do seu eleitorado e não do colegiado como um todo, percebendo que o mais importante, e acima de tudo está a criança e o adolescente da sua Região.

Portanto, encaminho contrariamente à Emenda do Ver. Bernardino Vendruscolo. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste, primeiro, Sr. Presidente, permita-me fazer aqui os agradecimentos aos meus Pares pelo voto de confiança que me deram para assumir essa honrosa cadeira, substituindo-o no ano de 2010. Muito obrigado.

Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, meu amigo Bernardino Vendruscolo, eu lamento, eu também fui um dos Vereadores que falou com V. Exª e solicitei a retirada desta Emenda, porque eu entendo que, no momento, ela não é apropriada.

O Conselheiro Tutelar decide, em colegiado, e nós não podemos abrir mão disso para que haja individualismo. Todas as decisões dos conselheiros tutelares são tomadas por cinco conselheiros. Eu sempre digo: conselheiro não é o conselheiro daquele bairro, é o conselheiro da Cidade; ele defende toda a Cidade. Nós não podemos aqui, agora, sermos incoerentes e votarmos pelo individualismo, ou seja, pela eleição solitária de cada um dos conselheiros tutelares.

Eu acho que é antecipar uma campanha de Vereadores; abrir o voto individual para o Conselho Tutelar é o mesmo que nós trabalharmos já, um ano antes das eleições, para a indicação de cada um daqueles candidatos a Vereador. É o caminho pelo qual nós vamos partidarizar, porque aí nós vamos ter todos os candidatos e pré-candidatos a Vereadores lá, conjuntamente, trabalhando no meio do Conselho. Nós não vamos saber distinguir quem realmente está ali trabalhando para defender a criança e o adolescente ou quem está ali trabalhando para fazer o seu pré-trabalho para ingressar na Câmara de Vereadores.

Além disso, eu sempre tenho muita precaução em trabalhar, já que é uma eleição facultativa, para não haver aquele voto manipulado, com a condução ou a coerção para o eleitor votar, promovendo caravanas de lotações, caravanas de indicações e, ali, cada um eleger um cidadão, sem que muitos eleitores sequer saibam por que estão elegendo e o que o conselheiro tutelar vai fazer para o bem da sociedade. Então, a nossa Bancada - Ver. Nilo Santos, Ver. DJ Cassiá, Ver. Alceu Brasinha, Ver. Marcello Chiodo e este Vereador -, nós, infelizmente, Ver. Bernardino, somos contra esta Emenda, porque entendemos que não podemos individualizar onde já há a definição de que é um colegiado que define e que regra o Conselho Tutelar.

Poderá, no futuro, com outras condições, haver aprimoramento do Conselho; aí sim, quem sabe lá, poderemos estudar outras formas, votos distritais e mais outras coisas que poderemos definir no futuro. Mas eu não vejo, agora, neste momento, como podemos fazer essa obrigatoriedade ou esse individualismo que vai fazer com que tenhamos na Cidade, Verª Sofia e Verª Maria Celeste, sei lá quantos pré-candidatos, quantos candidatos ao Conselho e tantos pré-candidatos a Vereadores numa eleição misturada, que não dá para definir quem tem condições e quem não tem.

Então, meus colegas Vereadores, eu venho a esta tribuna, em nome da Bancada do PTB, dizer a todos que nos assistem, aos conselheiros tutelares que hoje estão presentes, que nós somos contrários a esta Emenda justamente para não tornar a campanha - que é bonita, importante para a Cidade - partidarizada. Nós queremos uma campanha daqueles que querem defender o dia a dia de quem está na rua abandonado, de quem sofre maus tratos, enfim, todas as crianças e adolescentes que sofrem. Em muitos daqueles que sofrem, os conselheiros não têm condições sequer de chegar, porque há dificuldade na denúncia; o preconceito da denúncia ainda impera nesta Cidade.

Então, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa Bancada traz, aqui, a sua posição contrária à Emenda do Ver. Bernardino Vendruscolo. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nossos ilustres conselheiros e conselheiras que estão presentes na tarde de hoje, a Emenda que está sendo discutida já foi amplamente debatida aqui, e já se sabe do resultado, e, em nome da Bancada do PSB, estou aqui apenas para dizer que também voto contra. Mas, se fosse só por isso, eu não viria aqui, até porque manifestaria o meu voto ali da bancada, e estava sinalizada a minha posição e a posição do Partido.

Eu faço questão de, brevemente, conversar, porque, lá em 1995, quando se iniciaram o movimento e a eleição para os primeiros conselheiros tutelares aqui da cidade de Porto Alegre, eu era o Presidente da Câmara. E, desde lá, eu tenho sempre me manifestado, referenciando a criança e o adolescente da cidade de Porto Alegre, porque somos Vereadores de Porto Alegre. Eu quero registrar que pessoas muito próximas a mim me procuram, às vezes, para dizer que querem ser candidatas a conselheiro tutelar. E, quando compreendem o que é a atividade de conselheiro tutelar, a esmagadora maioria deixa de ter essa vontade, pela responsabilidade que esse cargo, essa atuação representa na Cidade.

Então, eu quero dizer que, sem modéstia, conheço com profundidade a atuação do conselheiro tutelar. Também tenho cá minhas restrições, até profundas, com relação a algumas formas como se elegem alguns conselheiros. Agora, a atribuição de conselheiro, a função que ele exerce, eu tenho uma profunda admiração por isso.

Mais ainda: eu, só para deixar claro, não sou da posição - já disse para alguns conselheiros, inclusive - que se deve elitizar o conselheiro, todos de nível Superior ou exigência mínima para conselheiro. Acho que o que vale é a pessoa do conselheiro, a sua formação íntima, e não a sua formação escolar, porque muitos que vão à escola - e eu também fui -, muitos que têm graduação, pós-graduação, mestrado - eu também tenho -, às vezes, em primeiro lugar, não têm a possibilidade ou a função de gostar de ser. E, às vezes, é um homem preparado, mas preparado nos bancos escolares e despreparado na visão de o que é a criança e o adolescente das classes alta, média e também pobre, porque não é um problema só da classe A, B, C ou D. O problema da criança é um problema que merece atenção especial em todos os níveis. E é por isso que estamos aqui, em nome da minha Bancada do PSB, registrando que nós estamos, sempre estivemos e sempre vamos estar acompanhando, muito de perto, a ação do Conselho Tutelar, porque é uma ação que envolve uma das questões mais caras de todo e qualquer cidadão de bem: a nossa criança e o nosso adolescente. Um abraço a todos e obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, quando perguntado se eu estava de acordo com a antecipação da votação do Projeto dos Conselhos Tutelares, eu disse que para a minha Bancada era indiferente. Mas parece que para os demais colegas Vereadores não é indiferente. A presença honrosa para nós de talvez vinte conselheiros tutelares ou candidatos a conselheiros faz com que muitos Vereadores vão à tribuna. E nós que tínhamos elaborado uma lista de Projetos para serem votados hoje - já são 16h20min -, e não votamos nada. Eu espero que os discursos se encerrem e a votação se inicie. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, apenas um registro: o Ver. João Dib insiste na questão de não falar, mas também fala, e fala muito bem, apropriadamente.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Sr. Presidente, Ver. João Dib, rapidamente, para iniciarmos a votação, eu quero fazer um registro de que a Bancada do PDT, em sua maioria, vai votar contra a Emenda nº 14, que pede o voto em candidato único, e a minha Subemenda à Emenda nº 14 será prejudicada. Mas, em respeito ao consenso da nossa Bancada, em respeito às demais Lideranças da maioria das Bancadas aqui presentes e, principalmente, em respeito ao atendimento que essa gestão de conselheiros tutelares realizou e vem realizando com excelência, eu vou votar contra a Emenda nº 14, mesmo prejudicando a minha Subemenda. Mas fico feliz em ter ouvido do Líder da minha Bancada, Mauro Zacher; da Líder da Bancada do PT, Maria Celeste; de tantos membros da Bancada do PTB, como o Ver. DJ Cassiá, o próprio Ver. Tessaro, que esteve na tribuna, que a questão do voto distrital deve ser mais bem debatida, com profundidade, para que seja viabilizada no futuro.

E muitos conselheiros que estão aqui hoje e que são contra o voto distrital para eleição de Conselho Tutelar, no futuro podem ser a favor. Por isso nós devemos iniciar um diálogo, e, no decorrer do processo, ouvindo os conselheiros principalmente, construir a melhor maneira de aplicar o voto distrital para o Conselho Tutelar.

O que é que nós buscamos com o voto distrital - e eu quero deixar registrada a minha intenção, a minha vontade, o meu desejo. Que nós tenhamos cada vez mais conselheiros que conheçam a região onde trabalham durante 90% do seu período; que nós tenhamos respeitado quem recebe, na comunidade, o atendimento desses conselheiros, porque hoje, infelizmente, nós temos, na prática, muitas micro sendo atendidas por conselheiros que não seriam eleitos por essas micro. E, somente em dois plantões, ou seja, dois dias apenas, esses conselheiros não trabalham na sua microrregião. Durante 28 dias eles trabalham na sua região. Dois dias de atendimento para toda a Porto Alegre não justificam que a micro 1 vote na micro 1, que a micro 2 vote na micro 2, e assim por diante. Então, eu fico feliz por ter plantado esta semente, que é o Projeto do voto distrital, que deveria também ser discutido para nós, Vereadores, para a Assembleia Legislativa, para a Câmara dos Deputados, um distrital misto, porque o Vereador eleito pela sua região aproximaria o político do cidadão, e isso faria com que a fiscalização e a cobrança da sociedade junto a esse político fossem muito mais eficazes, faria com que tivéssemos políticos cada vez mais conhecedores da localidade em que atuam, defendendo corretamente as bandeiras da sua localidade, e faria com que tivéssemos, cada vez mais, uma comunidade com condições de exercer a sua cidadania. Infelizmente, é o que falta para o nosso País; faltam cidadãos próximos dos políticos, cidadãos que sabem em quem e em que proposta votaram, e é isso que quero começar a construir, não somente na eleição do Conselho Tutelar, vamos ser coerentes, vamos buscar isso para nós, Vereadores, para os Deputados Estaduais e Federais, porque essa é uma fórmula que pode fazer com que nossos políticos brasileiros sejam cada vez mais qualificados e pode fazer com que o nosso povo se interesse mais pela política. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada por vários Vereadores, a Emenda nº 14, destacada, ao PLCE nº 007/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM e 23 votos NÃO.

Apregoo o PR nº 054/09, Processo nº 5949/09, que altera a Resolução nº 2070/07 sobre a Escola do Legislativo Julieta Battistioli.

Em votação a Emenda nº 16, destacada, ao PLCE nº 007/09. (Pausa.) Srs. Vereadores, aqui cabe uma explicação, especialmente aos que trabalharam nesta matéria, Verª Maria Celeste e Ver. Bernardino. Foi construído um texto de comum acordo entre o Legislativo, o Executivo e o Ministério Público, e o texto que veio do Executivo não foi o texto acertado com esse grupo de trabalho. Portanto, eu repus uma Emenda, restituindo, na matéria, o texto construído com a Comissão.

Portanto, esta é uma Emenda de minha autoria, que repôs aquilo que foi tratado na Comissão, de que uma das mudanças do Projeto do Governo, vincula o Conselho ao Executivo. Eu retirei isso, porque ele é um órgão autônomo.

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Se a Emenda é sua, Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sim, eu vou sair, só estou explicando.

 

O SR. NILO SANTOS: Está só explicando, está bem, porque nós vamos encaminhar esta Emenda depois, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Então, sobre esta Emenda, eu quero dizer aos senhores que a Rosi, que foi a funcionária designada da Casa para acompanhar esta matéria, trouxe dizendo que não estava de acordo com o que foi votado ou com o que foi trazido pelo Executivo. Portanto, esta é a matéria.

Eu solicito que o Ver. Toni Proença assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 16, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, a Emenda nº 16, na relação apresentada aqui, no art. 83, diz: “Não será permita a propaganda eleitoral que implique grave perturbação à ordem, aliciamento de eleitores por meios insidiosos, propaganda enganosa”. Propaganda enganosa só pode ser avaliada depois de eleito. Ver. Pujol, como vai se avaliar se a propaganda é enganosa ou não? Só depois de eleito para saber se vai cumprir o que prometeu.

E o item 4 comenta sobre a formação de chapas. Então, eu quero encaminhar pela Bancada do PTB, e dizer que nós rejeitaremos esta Emenda, até porque a nossa proposta é exatamente que possa ser realizada uma campanha em chapas. Então, apenas para encaminhar, dizendo que a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro votará pela Rejeição da Emenda nº 16.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 16, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na realidade, eu não compreendi muito bem a argumentação do Ver. Sebastião Melo, porque o texto original, que foi proposto pelo Projeto de Lei, no art. 46, de fato, corrige algo que a Emenda da Comissão já havia corrigido. Onde diz que o funcionamento 24 horas por dia, e a Coordenação do Conselho Tutelar poderá estabelecer regime de plantão, no texto original, diz que isso cabe ao Executivo - esta Emenda já foi realizada pela Comissão e retirada a questão do Executivo. Portanto, cabe à Coordenação, no Conselho Tutelar, organizar plantões, regimes, o funcionamento das microrregiões e do plantão, também. Não compreendi muito bem.

No art. 23, correspondente ao art. 68, fala também que o Ministério Público poderá encaminhar pedido de impugnação, e o texto original diz que o pedido de impugnação de candidatura poderá ser encaminhado e subscrito pelo Ministério Público, e deverá conter a qualificação do impugnado, a descrição do fato e a base legal. Esse texto original é o que a Comissão, estabelecida pelo Ministério Público, Câmara Municipal e Executivo coloca, e me parece que não houve nenhuma Emenda que alterasse o art. 68 - posso estar enganada, quem sabe o Sr. Presidente possa me corrigir nesse sentido. E, com relação ao art. 28, que corresponde ao art. 83, sobre propaganda eleitoral, ao qual o Ver. Nilo fez referência, foi proposta uma alteração pela Comissão estabelecida pelo Ministério Público - é bom esclarecer, a Comissão formada pelo Ministério Público, Câmara Municipal e Prefeitura Municipal fez um estudo e produziu o texto de lei que veio para esta Casa. A partir disso, ou após isso, porque a Comissão Especial foi criada em cima do Projeto de Lei do Ver. Bernardino Vendruscolo, que trazia o teor da Emenda que votamos anteriormente, sobre a questão do voto único, nós fomos surpreendidos com essa deliberação de que já havia na Casa uma Comissão, junto ao Ministério Público e ao Executivo, tratando das alterações que o Executivo gostaria de fazer. Que bom! Já havia um caminho sendo traçado, mas a Comissão tem toda a legitimidade de alterar a proposta de lei, mesmo assim o texto que veio para cá não sofreu alteração.

E o art. 83, no qual o Projeto de Lei traz algumas questões, mantém o texto original da lei anterior, lei esta, aliás, que nós aprovamos no início deste ano, porque houve uma compilação de várias leis e propostas de artigos que foram todos compilados, o que resultou no processo 2.524/09, que já está em vigência. A proposta que veio dessa Comissão, à qual o Presidente se referiu, apenas altera a formação de chapas e a propaganda que promova mais de um candidato simultaneamente. Foi apenas isso que veio, por sugestão desta Comissão, e os Vereadores desta Casa estão fazendo Emendas, sim. Agora, esta Emenda que V. Exª protocolou não é fruto, pelo que me parece, desta Comissão, porque o texto já veio com essa característica; o senhor está propondo alterações e inclusão de vários incisos no art. 83.

Portanto, nós somos pela rejeição desta Emenda uma vez que o acordo entre o Ministério Público, o Executivo e a Câmara Municipal me parece já contemplado no texto original, encaminhado a esta Casa, e que, obviamente, sofreu várias Emendas da Comissão Especial e de outros Vereadores, assim como de V. Exª, no teor desta Emenda. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 16, destacada, ao PLCE nº 007/09.

O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente Toni, meus colegas Vereadores e Vereadoras, cabe-me, Ver. Dib, esclarecer a matéria, na medida em que se suscitam dúvidas. A Casa designou a Rosi, que foi Diretora Legislativa, para acompanhar esta matéria; o Executivo destacou a Circe; e, o Ministério Público, o Dr. Luciano Muratt. Eu tenho na Rosi como uma das figuras mais competentes desta Casa, até porque ela tem recebido muitas delegações, e esta Emenda não é de autoria do Ver. Sebastião Melo. Eu a subscrevi, porque ela disse que o que foi combinado no grupo técnico, não foi o que veio no texto de Lei. Então, como ela me trouxe essa informação, eu apenas a subscrevi. Então, “devagar com o andor, que o santo é de barro”! Eu não fiz Emendas, eu apenas subscrevi uma Emenda, que vou ler aos Srs. Vereadores (Lê.): “Art. 83 - Não será permitida propaganda eleitoral que implique:...” - Não existe nada, no Parágrafo Único, não existe nada. Então, se a lei foi votada assim, não é o que tinha sido combinado lá, segundo a Rosi. E também há uma alteração, vinculando os conselhos tutelares ao Executivo, que, também, segundo a Rosi, não estava correto.

Então, eu apenas quero esclarecer que subscrevi esta Emenda com o intuito de fazer uma correção. Evidentemente, como a Casa é política, os Vereadores é que têm a decisão política, a decisão política é do Plenário, e o que os senhores votarem está bem votado e será aplaudido. Agora, só quero deixar isso claro, porque fiz dessa forma. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, esta Emenda trata de três assuntos distintos. Como ela foi destacada integralmente, eu consulto a Mesa se há possibilidade regimental de ser desdobrado o enfoque, porque eu, por exemplo, tenho alguma discordância com um dos itens tratados e a mais absoluta concordância com os demais. Então, a consulta está colocada.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Consulto o nosso Diretor Legislativo. (Pausa.) Orienta-me a Diretoria Legislativa que não há possibilidade de desdobrar a Emenda, porque ela já está apregoada desta forma.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 16, destacada, ao PLCE nº 007/09, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Eu tinha esse entendimento. Há um destaque da Emenda, portanto encaminhei pela Bancada do PT, e agora encaminho pela oposição. Só para um rápido esclarecimento, é importante a gente poder compreender as demais Emendas que foram apresentadas e o conteúdo específico desta. Só quero tranquilizar que fiz a minha fala no sentido de que o art. 46 já está contemplado exatamente em outra Emenda que foi apresentada coletivamente pela Comissão. No art. 68 há uma alteração do Ministério Público Estadual que já está contemplada no texto. E com o art. 83, nós temos que ter a compreensão de que apenas o texto que foi encaminhado pela Comissão do Ministério Público faz menção à formação de chapa. Mas, se nós pegarmos a Lei anterior, a Lei que está em vigência agora, ela diz o seguinte (Lê.): “Art. 83. Não será permitida propaganda eleitoral que implique grave perturbação à ordem, aliciamento de eleitores por meios insidiosos e propaganda enganosa. Parágrafo único, para efeitos desta Lei Complementar, considera-se: propaganda eleitoral que implique grave perturbação à ordem e que fira as posturas municipais; que perturbe o sossego público ou prejudique a higiene e a estética urbana; aliciamento de eleitores por meios insidiosos; o oferecimento ou promessa de dinheiro, dádivas, benefícios, vantagens de qualquer natureza em troca de apoio à candidatura; e propaganda enganosa: a) promessa de resolver eventuais demandas que não se enquadram nas atribuições do conselheiro tutelar; b) a criação de expectativa na população que, sabidamente, não poderão ser equacionadas pelo Conselho Tutelar; c) qualquer outra prática que induza dolosamente o eleitor a erro, com objetivo de auferir vantagens à candidaturas”.

Parece-me que o texto da Lei é muito mais completo que o texto da Emenda. É disso que se trata. O que nós já temos aqui e que caracteriza, e talvez o cuidado que V. Exª teve, está, de certa forma, contemplado adequadamente. E mais ainda: traz elementos concretos, ou seja, quais são as questões de aliciamento, quais as questões de perturbação da ordem, quais as questões da propaganda enganosa. Nós já avançamos nesse sentido, portanto, com esta Emenda posta, nós vamos ter um retrocesso em relação a tudo que já está aqui colocado e garantidor inclusive da averiguação que o Ministério Público precisa ter em relação a essas situações, pois fica genérico. Perturbação da ordem: o que significa? O que significa aliciamento de eleitores? E a nossa legislação já está garantindo critérios, elementos, inclusive para aferição do Ministério Público quanto à garantia dessas questões no processo e no pleito eleitoral.

Portanto, nós vamos aqui reiterar e dizer que a Emenda nº 16 tem que ser negada, porque ela compromete o que nós já temos de garantia e de avanço na legislação em relação ao processo eleitoral. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal, solicitada por este Presidente, a Emenda nº 16, destacada, ao PLCE nº 007/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM e 18 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 17, destacada, ao PLCE nº 007/09. (Pausa.)

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): (Procede à leitura da Emenda nº 17.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 17, destacada, ao PLCE nº 007/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, só para esclarecer, com todo respeito a alguns Vereadores que estão tendo um entendimento muito estreito desta proposição. Na verdade, diz o seguinte (Lê.): “É defeso ao conselheiro tutelar eleito e após a sua posse licenciar-se para concorrer ou assumir cargo público, por eleição ou por indicação”. O que nós estamos pretendendo é que o candidato ou o conselheiro não está proibido, mas se ele concorrer ele perde o cargo de conselheiro. É isso, é tão somente isso. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. João Antonio Dib, V. Exª mantém a solicitação de votação nominal? Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, a Emenda nº 17, destacada, ao PLCE nº 007/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) A Emenda nº 17 está REJEITADA por 01 voto SIM, 23 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.

Consulto às Bancadas se há acordo para votação em bloco da Emendas nºs 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13 e 15 ao PLCE nº 007/09. (Pausa.)

Com a concordância das Bancadas, está em votação o bloco composto pelas Emendas nºs 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13 e 15 ao PLCE nº 007/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade da Casa.

Em votação o PLCE nº 007/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade da Casa. (Palmas.) Cumprimento os Srs. conselheiros, as Sras. conselheiras. Obrigado pela presença de todos; querendo, podem continuar conosco. Ratifico o convite para amanhã, às 11h30min, assunto: Funcriança; quem quiser participar conosco será bem-vindo.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, Ver. Bernardino Vendruscolo, quero cumprimentá-lo pelo trabalho. Fica aqui a nossa gratidão, porque V. Exª se dedicou muito, e não é pelo fato de não ter tido algumas Emendas aprovadas que V. Exª deixará de merecer o nosso reconhecimento. Parabéns ao Ver. Bernardino!

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Meu caro Presidente, eu pediria a V. Exª e faria também um apelo aos meus queridos colegas Vereadores e Vereadoras, para que votássemos, antes da Reunião Conjunta das Comissões, o Projeto de minha autoria, PLL n° 074/09, que trata dos Oficiais de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): V. Exª não faria a discussão da matéria?

 

O SR. ERVINO BESSON: Não, não faria, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento do Ver. Ervino Besson. (Pausa.) Os. Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

 

PROC. Nº 1472/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 074/09, de autoria do Ver. Ervino Besson, que permite ao Oficial de Justiça lotado na comarca do Município de Porto Alegre, quando estiver cumprindo mandado judicial, o estacionamento de veículo em local proibido e dá outras providências. Com Emenda nº 01 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto, da Emenda nº 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto, da Emenda nº 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 074/09, de autoria do Ver. Ervino Besson, com Emenda nº 01 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01. (Pausa.) Não há quem queira discutir.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 074/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. APROVADA.

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PLL nº 074/09. (Pausa.) Os. Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação o PLL nº 074/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo as Emendas nºs 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08 ao PLL nº 328/05.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, solicitando a dispensa do envio das Emendas nºs 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08 ao PLL nº 328/05 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, o PLL nº 328/05, de nossa autoria, tal qual o Projeto do Ver. Ervino Besson, nós acordamos de tratar nesta Sessão de hoje, é o Projeto Cidade Amiga da Amazônia, referente ao tema da preservação das madeiras em Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sem discussão, Vereador?

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Com dois minutos para justificar o encaminhamento, a pedido dos autores, que é a Fundação Getúlio Vargas.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero dizer a V. Exª que o combinado era abrir a Sessão e fazer a Reunião das Comissões Conjuntas. Houve um Requerimento para votarmos o PLCE nº 007/09, dos Conselhos Tutelares, que eu acolhi, mas quero cumprir o acordo que nós fizemos.

Vereador, entraram oito Emendas a este Projeto, os Vereadores não tomaram conhecimento dessas Emendas. Quem sabe entramos na Reunião das Comissões Conjunta, e logo após, o primeiro Projeto será o de Vossa Excelência.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Aceitamos o acordo.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h51min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell – às 18h17min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Apregoo Memorando de representação do Ver. Beto Moesch, que estará representando esta Casa, amanhã, das 9h às 16h, na cidade de Três Cachoeiras, e participará do Seminário “A Saúde é Consequência dos Atos de cada Dia do Indivíduo, Dependendo do seu Comportamento ante a Lei Natural”, Seminário de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora.

Apregoo Substitutivo nº 01, dos Vereadores Nelcir Tessaro e Reginaldo Pujol ao Processo nº 3.544/09, PLE nº 023/09. O Substitutivo nº 01 institui o Programa de Recuperação de Crédito Habitacional do Sistema Federal de Habitação e o Programa de Recuperação de Créditos Imobiliários oriundos de recursos próprios e dá outras providências. Portanto, está apregoado o Substitutivo dos Vereadores Tessaro e Pujol a este Projeto do Executivo, o PLE 023/09.

Apregoo a Emenda nº 19, destacada pelo Ver. Dr. Thiago, ao PLE nº 018/08, que dispõe sobre a criação e organização no âmbito do Município de Porto Alegre do Departamento do Programa de Saúde da Família, DPSF, e dá outras providências. Esta Emenda é dos Vereadores Dr. Thiago Duarte, Airto Ferronato, Aldacir Oliboni, Toni Proença.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 7180/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 328/05, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que reconhece Porto Alegre como Cidade Amiga da Amazônia, regulamenta o consumo de madeiras pelo Poder Público Municipal e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relatora Verª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 328/05. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 328/05.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; prezados colegas Vereadoras e Vereadores, este é um Projeto que foi criado a muitas mãos e foi elaborado ainda no ano de 2005, no primeiro semestre de 2005, junto com muitos militantes, com a instituição Greenpeace e com a Fundação Getúlio Vargas. Ele percorreu todas as Comissões, e nós o estamos trazendo para votação, neste momento, porque é extremamente oportuno o debate de um tema que se refere à preservação ambiental e a todas as medidas que cada Município pode adotar para evitar o efeito estufa ou o aquecimento global, neste mesmo momento em que se discute lá em Copenhague todas as ações globais para diminuir a poluição no mundo e que se adotam medidas que venham a beneficiar a humanidade.

Então, quero aqui atribuir os créditos do Projeto denominado Cidade Amiga da Amazônia ao Greenpeace e à Fundação Getúlio Vargas, que vêm elaborando uma rede de cidades amigas da Amazônia e cuida hoje dos programas nascidos no Greenpeace no Centro de Estudos em Administração Pública e Governo. Aqui, em Porto Alegre, temos a Coordenadora Tânia, do Greenpeace, que tem trabalhado conosco neste tema. O que significa este Projeto? Ele estabelece, desde logo, medidas que possibilitem a implementação de práticas sustentáveis de consumo da madeira no âmbito do Poder Público Municipal. Em Porto Alegre, como no resto do País, verificamos, diuturnamente, o consumo de madeira de origem ilegal e destrutiva. Por vezes, o próprio Poder Público contrata produtos e serviços sem qualquer controle ou exigência de provas da origem legal e sustentável da madeira utilizada por seus contratados. Para se ter uma ideia, no início desta década, em 2001, 2002 e 2003, mais de cinco milhões de hectares de florestas foram destruídos - o equivalente a nove campos de futebol por minuto. O Governo Federal está tomando medidas, já está reduzindo a destruição da floresta amazônica e traçando uma meta de reduzir, até o ano de 2020, em 80% o desmatamento da Amazônia. Mas se cada localidade não se esforçar para ajudar nesse controle, esses esforços serão só do Poder central e não das comunidades locais. Portanto, esse Projeto tem por objetivo fazer com que o consumo da madeira seja legalizado, seja organizado em cada Município. Hoje, 65% de toda madeira da Amazônia é consumida no Brasil pelo poderes públicos.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, pelo que eu observo, V. Exª busca de forma oblíqua combater o desmatamento desregrado que está ocorrendo na Amazônia e, mais do que isso, qualificar aqueles que produzem madeira de forma legal, honesta, decente, em área de remanejo, para que a madeira certificada possa ser utilizada, e bem, aqui na área da cidade de Porto Alegre. É isso que V. Exª quer, e, evidentemente, V. Exª quer o bem para a Amazônia, e o bem, inclusive, para a sociedade brasileira. Obviamente, tem o apoio de todos nós.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Reginaldo Pujol; é exatamente isso. Nesta Casa, nós podemos ter um gesto unânime, pois Porto Alegre, neste momento, está votando este Projeto de Lei Cidade Amiga da Amazônia. Quero registrar que, dentro do Governo Municipal, por iniciativa da Fundação Getúlio Vargas, já existe um grupo de trabalho que está construindo, como primeiro exercício, um projeto modelo para o controle da madeira.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Engenheiro Comassetto, quero me somar à ideia e parabenizá-lo pelo mérito do Projeto. É importante nós termos esse controle; devemos evitar a continuidade do desmatamento desmedido e prejudicial ao planeta que está acontecendo, e é importantíssimo que todos nós, Vereadores, nos engajarmos nesse Projeto. Há outros desafios pela frente, como o problema do azeite de cozinha despejado sem nenhum cuidado no meio ambiente; enfim, outras questões ambientais que, às vezes, parecem comezinhas, mas são extremamente importantes. De qualquer forma, quero lhe deixar aqui os parabéns e lhe dizer que eu, particularmente, mas tenho certeza de que toda a Bancada do PMDB, votaremos favoravelmente ao Projeto.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Valter. Gostaria de concluir, Sr. Presidente, dizendo, sobre aquela premissa ambiental, que nós temos que pensar globalmente, mas agir localmente. Hoje, quando o mundo está todo voltado para Copenhague, que possamos aqui, com a humildade do nosso Município, aprovarmos este Projeto de Lei, e dizer: a Câmara Municipal de Porto Alegre vem fazer a sua tarefa, pois Porto Alegre é a primeira Cidade brasileira a aprovar um Projeto de Lei Cidade Amiga da Amazônia. Viva o planeta! Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Srs. Vereadores, pelo acordo que nós fizemos na Mesa Diretora, haverá duas Sessões Extraordinárias, em seguida, para correr Pauta de dois Projetos: o PR nº 054/09 e o PLE nº 050/09. Esses Projetos são fundamentais; nós temos que correr Pauta no dia hoje. Portanto, convoco todos para permanecerem no Plenário.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 328/05.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Engenheiro Comassetto, vou votar favoravelmente ao seu Projeto, evidentemente, e também quero cumprimentá-lo pelo princípio de defender essa questão do meio ambiente. Então V. Exª fique tranquilo quanto a isso. Quando os Vereadores falam desta tribuna sobre o desmatamento da Amazônia, eu fico me perguntando, muitas vezes, que isso é fácil, pois é só nós visitarmos as principais madeireiras de Porto Alegre que nós vamos encontrar a venda do cedro, da grápia, do angico, enfim, madeiras que, se nós formos olhar, não existem mais aqui no Rio Grande do Sul para vender - a peroba também -, então de onde vem essa madeira? Por outro lado, nós também incentivamos, e pregamos muito o plantio de árvores. Aqui nós temos vários casos, eu tenho no meu gabinete, neste momento, uma reivindicação, Ver. Engenheiro Comassetto, de um síndico que plantou várias árvores no seu condomínio, nesse caso é um salso-chorão, e agora ele precisa fazer uma poda e não consegue a autorização. Então, temos que aproveitar este momento para fazer esse registro, porque nós não podemos permitir esse comportamento dos nossos órgãos de fiscalização, no caso, a SMAM, porque daqui a pouco nós não vamos incentivar mais ninguém a plantar alguma coisa na sua área particular.

Ver. Engenheiro Comassetto, eu sou favorável ao seu Projeto, mas como se justifica, se nós estamos - tanto o Governo Estadual, Federal, como o Município - incentivando que haja preservação da Amazônia, a venda de madeira, que vem, sim, daquela região, na Grande Porto Alegre?

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, é oportuna a sua fala, principalmente citando exemplos de algumas árvores, como grápia, ipê, e outras que são inclusive cerradas aqui no Rio Grande do Sul. O Projeto chama-se Cidade Amiga da Amazônia, mas não é dirigido exclusivamente para a floresta amazônica, e sim para todas as florestas nativas, sejam da Mata Atlântica, sejam do Pantanal, sejam as nossas matas ciliares, e assim por diante. Portanto, eu queria fazer este registro e agradecer a sua consideração.

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Então, sempre que temos essa oportunidade, nós não podemos deixar de registrar isso, porque há uma diferença do desmatamento e daqueles que colhem madeiras plantadas. Isso também diz respeito aos eucaliptos, que são plantados. Se nós observarmos, por exemplo, na Av. Orfanotrófio, entre os números 333 e 341, à direita, em direção a TV Pampa, há a Vila Orfanotrófio, com vários eucaliptos de 30, 40 metros de altura, no meio das casas, sendo que aquelas pessoas estão implorando para terem a permissão de derrubá-las para evitar acidentes maiores, e não conseguem. E foram eucaliptos plantados. E aí?

Então, eu gostaria, Ver. Comassetto, de lhe cumprimentar, mas também não queria perder a oportunidade de fazer este registro para reflexão. Nós não podemos, de repente, tirar o incentivo daqueles que pretendem plantar árvores, sem que eles possam sequer podar quando é necessário. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 328/05.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro, é importante ouvir de alguns Vereadores a defesa deste Projeto, porque muitos fizeram um trabalho contra a Área Livre Vegetada na cidade de Porto Alegre, que é justamente para preservar um mínimo da vegetação dentro dos terrenos. Então, Ver. Airto Ferronato, se é para nós preservarmos a Amazônia, nós também temos que preservar um pouco da vegetação existente na cidade de Porto Alegre, que inclui os lotes urbanos. Claro, é isso; as cidades todas estão fazendo isso.

Portanto, Ver. João Pancinha, eu não consegui entender até hoje, uma coisa tão óbvia, que é ter um mínimo de área permeável em cada lote, ter sido o tema mais polêmico desta Casa. Não dá para entender! Não dá para entender, porque não estava se pedindo 80%, mas, sim, 17%, 7%, um pouquinho do terreno a ser permeável e vegetado. Não dá para entender a polêmica, mas fico satisfeito em ver o apoio a este Projeto, porque, vejam, exige da Administração Pública. Mas o Decreto do Sr. Prefeito, José Fogaça, que assinei junto, como Secretário do Meio Ambiente, exige também de todas as construções da cidade de Porto Alegre que apresente que a madeira ou seja certificada ou a licença ambiental daquela madeira, seja do plantio, seja do corte, seja do transporte. Então, além da Administração Pública, o Decreto já exige isso para qualquer uso de madeira na cidade de Porto Alegre. E aqui, Ver. Engenheiro Comassetto, se nós tivéssemos tido um diálogo sobre esse tema, uma pena que não tivemos, nós poderíamos utilizar mais os dois Decretos que nós fizemos com o Prefeito Fogaça, mostrando toda a cadeia necessária para chegar à exigibilidade de madeira ou certificada ou licenciada, seja da Amazônia, seja de qualquer bioma. Portanto, do nosso bioma aqui também, o Pampa ou Mata Atlântica.

Mas vai mais, vai além, porque o Projeto do Ver. Engenheiro Comassetto fala em madeira nativa. Nós precisamos - como o Decreto do Sr. Prefeito, José Fogaça, estipula - exigir a proveniência da madeira exótica também, Ver. Luciano, ou seja, se nós formos usar, por exemplo, eucalipto, tem que haver a procedência. Vejam, quando nós assumimos a SMAM, Ver. Engenheiro Comassetto, nem a SMAM, que é o órgão ambiental municipal, exigia madeira licenciada para fazer reformas em praças e parques. A SMAM compra muita madeira. Isso passou a ser uma realidade somente em 2006, quando nós fomos a primeira cidade amiga da Amazônia do Brasil, quando assinamos o Decreto no Navio do Greenpeace, aqui no Guaíba.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, eu o chamo para uma discussão. Eu tenho um sentimento de que os proprietários, em Porto Alegre, hoje, se pensarem, eles não plantam nada. Porque, se eles plantarem - pode ser eucalipto, pé de seringueira, pé de cinamomo -, eles viram órfãos. Eles serão escravos daquela plantação. Qual é o seu sentimento quanto a isto? Até porque, quando precisam podar, não conseguem. Qual é o seu sentimento?

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luciano Marcantônio se inscreve e cede o seu tempo ao Ver. Beto Moesch, que poderá usar da palavra por mais cinco minutos.

 

O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Vereadores e Presidente.

A colocação do Ver. Bernardino Vendruscolo é, sim, fundamental. Isso nós ouvimos há muito tempo. Mas a legislação ambiental não proíbe o corte de árvore. Nem a legislação federal, nem a estadual e muito menos a municipal. O que se precisa é de autorização para o corte ou a poda da vegetação. Não é a proibição do corte. É por isso que nós temos um mecanismo que se chama plano de manejo. Quando nós defendemos que um mínimo seja preservado, por exemplo, na Amazônia, a reserva legal, na zona rural, é de 80%. No nosso bioma é de 20%. Vejam, 20%. Oitenta por cento você pode utilizar. E aqueles 20% são uma reserva. E é o que nós conseguimos aprovar agora - e a Câmara está de parabéns com relação á Área Livre Vegetada -, porque se é para a zona rural, também tem que ser para a zona urbana.

Em alguns casos, você pode e até deve fazer a poda ou cortar. E aí eu lhe respondo, dizendo que nós precisamos e devemos usar a floresta, mas não acabar com ela.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sem querer polemizar, eu tenho o sentimento de que aquelas pessoas que espontaneamente plantam árvores no seu terreno - pode ser casa ou condomínio - não têm mais o poder sobre aquilo. Vossa Excelência está dizendo que é possível podar, que é possível remanejar, mas, na prática, é muito difícil. É muito difícil!

 

O SR. BETO MOESCH: Ver. Bernardino, nós podemos até fazer um debate melhor; o futuro presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Ver. Oliboni, pode colaborar conosco. A gente pautou muito pouco este assunto em 2009. Saúde de ponta - hospitais, posto de saúde e medicamento. Ponto. Isso é Saúde. Por que eu digo isso, Ver. Bernardino? Uma árvore é um bem público - não é um bem particular -, como a água, como o ar, como o solo. A árvore é um bem público, porque a função dela é extraordinária, assim como a água e o ar. Nós não vivemos, Ver. Bernardino - e não estou falando que não sobrevivemos, porque uma coisa é a filosofia da sobrevivência, outra é a de viver -, sem água, ar e vegetação. Ver. Bernardino, nós não somos donos dos recursos naturais, porque os recursos naturais são bens públicos, e as pessoas têm que entender, Ver. Bernardino, que esse é o grande desafio deste novo século. A Eco 92 já nos mostrou que nós somos responsáveis pelo meio ambiente, não o Poder Público nem são as empresas. É o Poder Público, são as empresas e nós. É como a formação de uma família e da própria sociedade: a responsabilidade de as crianças que estão vindo aí se formarem com mais qualidade é só do Poder Público? É nossa também: dos pais, dos irmãos, nossa - isso faz uma sociedade. Com relação ao meio ambiente, é a mesma coisa. É isso que nós temos que entender, e é por isso que é importante nós termos os decretos. Pena que o Ver. Comassetto não dialogou conosco no sentido de podermos ter agregado dispositivos aos dois Decretos, mas é claro que somos favoráveis, Ver. Valter Nagelstein. Como eu estava dizendo: Porto Alegre é a primeira cidade amiga da Amazônia, pelos Decretos assinados em 2006. Mas é importante nós colocarmos agora isto, Verª Maria Celeste, em dispositivo de lei, não apenas de decreto.

Portanto, vejam a importância da aprovação deste Projeto de Lei, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, porque, agora, nós teremos também uma lei regrando isso. E podemos, no decorrer do processo, mostrar também que podemos e devemos exigir para as construções, como já é estabelecido em Decreto. O Decreto prevê isso, não só para as obras públicas, mas também para as obras privadas.

Poucos sabem, Ver. Reginaldo Pujol, mas de 65% a 70% da madeira ilegal da Amazônia é levada para as cidades brasileiras. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLL nº 328/05.

 

 O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham pela TVCâmara e pela Rádio Web, eu quero saudar todos. Votarei favoravelmente ao Projeto, porque acho que é um Projeto importante.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, até para não ficar dando a impressão de que estou polemizando e que sou contra o pronunciamento do nosso Ver. Beto Moesch, quero dizer que em hipótese nenhuma é isso: eu concordo com o Projeto. A única coisa que eu acho que nós precisamos, para o bem do meio ambiente, é acertarmos algumas coisas que incentivem as pessoas a plantarem árvores. Se nós não incentivarmos as pessoas a plantarem árvores, nós vamos ter cada menos árvores. E, para incentivá-las, nós temos que ter um limite, uma forma de autorização para abater as árvores e para podá-las. Nós não podemos negar que há muita dificuldade aqui em Porto Alegre. Há árvores que estão quase caindo em cima das casas e que as pessoas não conseguem podar. E uma dessas árvores é o eucalipto. Então, eu sou favorável, mas acho que esta discussão tem que ser mais aprofundada, porque tem que haver uma mudança nesse comportamento. Agradeço pelo aparte.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Bernardino Vendruscolo, eu quero dizer a V. Exª que eu concordo com as suas colocações. E, para reforçar o que V. Exa está dizendo, até vou dar um endereço aqui: na Travessa Escobar, nº 22, na Zona Sul de Porto Alegre, tenho um familiar que comprou um terreno e investiu todas as suas economias para construir uma casa; tem uma árvore dentro do pátio que cria um tipo de algodão. Eles têm um filho, e a árvore cria um problema muito sério para a saúde dessa criança, que é alérgica. Eu estou tentando, já há quase um ano, que essa árvore seja removida, e a gente não consegue com a SMAM! A família tem um laudo médico, dizendo que essa árvore prejudica a saúde da criança. Não bastasse isso, uma junta médica deu mais um laudo relatando o prejuízo que essa árvore está causando ao filho dessa família, e não se conseguiu resolver o problema até hoje. Portanto, como V. Exª expôs muito bem, não podemos criar o problema de as famílias que plantam as árvores se tornarem escravas do processo.

É importante o seu pronunciamento, acho que esta discussão é de extrema importância.

Conhecemos e respeitamos o trabalho do Ver. Beto Moesch, mas eu acho que este Projeto do Ver. Comassetto chegou nesta Casa oportunamente, e que podemos reabrir esta discussão. Sem dúvida nenhuma, é um belo Projeto, mas também a discussão é de extrema importância.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, muito obrigado pelo aparte. Acho que todas as manifestações dos Vereadores foram absolutamente corretas, Sr. Presidente. O Ver. Bernardino traz um fato corriqueiro do dia a dia da Cidade, e precisamos estar atentos, porque somos Vereadores que lidamos com os problemas da Cidade. V. Exª fala de paineiras, que são aquelas árvores que dão uma cachopa, um tipo de algodão. Isso tem sido um problema em Goiânia, por exemplo. No período de primavera, para algumas pessoas que têm alergias, de fato, é um problema bastante grave.

O nosso ex-colega Ver. Omar Ferri plantou uma árvore exótica na sua casa, e essa árvore morreu sozinha; e ele não conseguiu licença para fazer a remoção dessa árvore que havia morrido.

Então, precisamos saudar o fato de estarmos aqui celebrando uma Lei que transforma Porto Alegre, que guinda Porto Alegre à condição de Cidade Amiga da Amazônia, mas também temos que ter a sapiência e a grandeza de conseguir tirar os exageros e, de vez em quando, quando for o caso, fazer algum enfrentamento com a burocracia, que não me parece, algumas vezes, muito inteligente nessa questão. Muito obrigado, Vereador.

 

O SR. ERVINO BESSON: Mais um importante depoimento de um colega Vereador desta Casa.

Meu caro Presidente, por gentileza, o Ver. Nilo está-se inscrevendo - eu agradeço fraternamente - e vai ceder o seu tempo para que eu continue com o meu pronunciamento

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nilo Santos se inscreve, e cede o seu tempo ao Ver. Ervino Besson para continuar discutindo o PLL nº 328/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Beto Moesch, meu grande e querido amigo, eu quero dizer a V. Exª que tenho algumas marcas muito negativas na minha trajetória em Porto Alegre, porque eu vim da colônia e do meio do mato, e, naquela época, existia muita mata nativa. A minha avó, que veio da Itália, o meu falecido pai e minha mãe jamais deixavam tocar em uma árvore que estava 30m ou 40m da beira do arroio Guavirova. Hoje, não existe mais o arroio, porque desmataram tudo; infelizmente os familiares que compraram aquele lugar não tinham consciência ecológica.

Mas outra mágoa que tenho é de quando a Prefeitura desapropriou aquela área da Vila Cidade de Deus, na no bairro Cavalhada, onde havia figueiras e vertentes. Só que as figueiras anoiteceram e não amanheceram. Somente uma vertente daquelas dava água, sobrando, para 100 moradias na Vila Cidade de Deus. Uma vertente! E hoje não existe mais nenhuma. E quem foi o responsável por destruir aquelas vertentes? O órgão público!

E outra mágoa que tenho, meus queridos Vereadores - tenho fotos no meu gabinete -, é com relação àquele assentamento da Estrada Cristiano Kraemer. Nada contra as pessoas - pelo amor de Deus, as pessoas que me assistem, não vão pensar que sou contra que as pessoas pobres tenham uma moradia digna. Longe disso, jamais! Jamais! Porque eu trabalho numa entidade onde presto um relevante serviço social. Agora, meu caro Ver. Beto Moesch, aquele assentamento da Estrada Cristiano Kraemer é o maior crime ambiental a que já assisti e jamais vou assistir em Porto Alegre. E se alguém duvidar, eu tenho fotografias que podem comprovar o que estou falando.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Mas, mesmo assim, tivemos dificuldades para aprovar o dispositivo do Plano Diretor que prevê um mínimo de vegetação a ser preservada dentro de um lote urbano, que é a Área Livre Vegetada. E V. Exª teve resistência também com a Área Livre Vegetada. Então, com todo o respeito, eu não entendo a sua indignação, porque, na hora de votarmos Projetos pró-ambiente de Porto Alegre, nós temos problemas aqui, dentro da própria Casa, inclusive com Vossa Excelência.

O SR. ERVINO BESSON: Ver. Beto Moesch, eu respeito V. Exª, mas eu não aceito as suas colocações, porque entre preservação e derrubada de mata nativa há muita diferença. Onde há esse pessoal nem há matas, não há sequer mata! Agora, essas derrubadas que o órgão público cometeu em Porto Alegre, meu Deus do céu! E V. Exª sabe muito bem, isso aí é um crime! Onde existiam vertentes - perguntem aos produtores -, graças aos nossos produtores, hoje, que nós conservamos a mata nativa e o cinturão verde; graças aos nossos produtores! Além de produzir, eles conservam o nosso meio ambiente, conservam a nossa natureza. Em alguns assentamentos da Prefeitura - porque são da Prefeitura -, nada foi preservado; onde é particular, existe toda essa dificuldade. Então, há uma diferença ao tratar as pessoas, há uma diferença em valorizar o pedido do empreendimento: quando é de um particular, é um tratamento, e, quando é, por exemplo, de um órgão da Prefeitura, a coisa é diferente. Eu não estou falando desta Administração, estou falando da Administração passada, quando foram cometidos muitos crimes ambientais aqui em Porto Alegre.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, agradeço pelo aparte. Só para aproveitar esse tema abordado, e eu até quero falar sobre esse tema, porque eu, graças a Deus, costumo plantar muitas árvores; planto! Tem muita gente que se diz ambientalista, mas nunca plantou nada na vida. E muita gente que se diz ambientalista fuma feito louco, contaminando o meio ambiente.

Eu quero trazer à nossa memória aquele crime que foi cometido em frente à Vila Monte Cristo, na construção do Big. Aquilo foi um dos maiores crimes ambientais já cometidos na nossa Cidade, Ver. Ervino Besson. O que foram arrancadas de árvores naquele local! Não há compensação alguma de asfalto em alguma rua poderá compensar aquilo. Agradeço, Vereador, o aparte.

 

O SR. ERVINO BESSON: Vereador, veja a importância desse Projeto! Eu concordo e agradeço V. Exª Então, há tratamentos diferenciados! Porque é o Fulano, é o Sicrano, há um tipo de tratamento; quando é um outro segmento, há um outro tipo de tratamento. Nós sabemos que é isso! Essa é a minha indignação. Agora, preservação! Mata nativa tem que ser preservada. Quando o Ver. Beto Moesch colocou a preservação, eu concordo, mas há, por exemplo, alguns locais em que nem sequer existe mata nativa. Aí não é derrubada de árvore. Mas onde há mata nativa, onde há arroio... Em Santa Catarina, colegas Vereadores, a Prefeitura de Santa Catarina, o Governo de Santa Catarina está incentivando a família, o proprietário que tiver uma vertente, além de esse proprietário preservar, ele tem uma ajuda do Governo; é abatido no valor dos impostos. É isso que nós temos que fazer. Portanto, Ver. Comassetto, acho que V. Exª trouxe no momento oportuno esse seu Projeto, para que nós pudéssemos reabrir essa discussão, eu acho que é de grande importância para a nossa Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PLL nº 328/05.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, muito rapidamente, claro que estamos votando favorável ao Projeto do Ver. Comassetto. Eu acho que ele é interessante para algumas reflexões muito rápidas. Se nós analisarmos a história da humanidade, nós vamos ver que países ricos de Primeiro Mundo cortaram tudo o que tinham, poluem bastante e agora exigem que se mantenham as florestas nos países menos desenvolvidos. Assim acontece em toda a história. E, se nós analisarmos Porto Alegre, nós vamos ver que todos são favoráveis à preservação do meio ambiente, desde que se preserve no vizinho, ou seja, a nossa área deveria ser toda edificada, e a área do vizinho seria 100% preservada.

Eu acompanhei há bem pouco tempo um cidadão que veio a falecer e que tem uma bela área de mata virgem, que ele preservou nos seus quase mais de 80 anos de história de vida. Ao lado de sua área, os demais moradores terminaram com a vegetação toda. Agora, se nós formos ver, este proprietário, os herdeiros que têm esta área - ela é toda de mata -, nesta área não se pode construir nada. Eu sou da teoria - posso estar equivocado - de que essas áreas deveriam ter, claro, um percentual preservado, agora, além desse limite, deveriam ser indenizadas pelo Poder Público Federal. Vejam, por exemplo, nos Estados Unidos, lá eles terminaram com as matas deles e agora ficam brabos de a Amazônia estar como está. Claro que está errado o que se faz aqui, mas eles preservaram alguma coisa? Nada, ou muito pouco! A mesma coisa acontece na história de cada cidadão. Não é justo que alguém que preservou 80% da sua área, hoje possa construir, meu Ver. Bernardino, em apenas 10%, porque os outros 80% de área estão aí para o bem da humanidade, suportadas por um cidadão que não é rico, não! Portanto, este País precisa, na área de meio ambiente também, de injeção maciça de dinheiro público federal. Vamos votar favorável ao Projeto do Ver. Engenheiro Comassetto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo Requerimento, de autoria deste Presidente, que solicita sejam votadas em bloco as Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07 e 08 ao PLL nº 328/05.

Em votação o Requerimento, de autoria desta Presidência, que solicita sejam votadas em bloco as Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07 e 08 ao PLL nº 328/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o bloco composto pelas Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07e 08 ao PLL nº 328/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o PLL nº 328/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Parabéns, Ver. Engenheiro Comassetto, pela aprovação do seu Projeto de Lei Porto Alegre, Cidade Amiga da Amazônia, com todos os cuidados atinentes ao uso da madeira.

Em votação o Requerimento, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que solicita a retirada de tramitação do PLCL nº 021/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0268/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/09, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que inclui art. 241 na Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, instituindo a Comissão Especial de Acompanhamento e Apoio à Copa do Mundo de Futebol de 2014 em Porto Alegre, determinando-lhe atribuições e dando outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Verª Maria Celeste: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Engenheiro Comassetto: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- discussão geral nos termos do art. 126 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PR nº 001/09, de autoria do Ver. Airto Ferronato. (Pausa.) Não há quem queira discutir.

 Convoco as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores para a 44ª Sessão Extraordinária, logo a seguir. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h.)

 

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